BioTV Interativa recebe Prêmio Biguá na categoria Ensino Superior

Lixo Eletrônico – um problema que só aumenta com o passar do tempo e com o desenvolvimento de novos aparelhos tecnológicos. Mas, um projeto desenvolvido no campus de Alegre do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), enxergou nas carcaças de televisores e monitores de computador antigos um novo uso.

“De início eu percebi uma quantidade muito grande desse lixo eletrônico em locais inadequados. Daí eu pensei: precisamos resolver esse problema. E como resolver esse problema junto com a comunidade? Transformar num aquário. É minha área, é possível, vamos trabalhar nesse sentido”, conta o professor Thiago Bernardo de Souza, que deu início ao projeto “BioTV Interativa”, vencedor do Prêmio Biguá de Sustentabilidade 2019 na categoria Ensino Superior.

São os alunos dos cursos de Engenharia de Aquicultura e Ciências Biológicas do Ifes que montam os aquários e dão assistência nos sete locais onde eles já foram instalados. A BioTV atualmente está em escolas, lares de idosos, entre outras instituições.

Nas escolas, as crianças acompanham a montagem. Dentro da carcaça é colocada uma caixa de vidro, as pedras, a água e claro, os peixes. “Eu fico muto feliz de ver a reação deles e de poder passar para eles um pouco do que eu aprendi. E poder contribuir para o meio ambiente”, afirma a universitária Simone Carvalho.

Para Leonardo dos Reis, que também participa do projeto, o retorno que recebe em cada lugar onde um novo aquário montado é muito gratificante. “A resposta deles é a nossa resposta, o que eles estão aprendendo é o que nós estamos buscando. Além do aquário, a conscientização, a interação, o cuidado, a responsabilidade”, diz.

O aquário também abre a possibilidade de várias disciplinas serem trabalhadas nessas escolas. “Tudo aquilo que eles vêem no aquário eles estudam, formas geométricas, de onde que o peixinho vem, como ele nasce”, afirma a pedagoga Amanda Binoti.

Plantio de árvores

O projeto BioTV Interativa vai além, realizando ainda o plantio de árvores na região. Uma das propriedades que já receberam esse trabalho é do produtor rural André Veluso Maia e fica na cidade de Jerônimo Monteiro. “Quando eu adquiri a propriedade em 2014 eu enxerguei que tinha um potencial de água muito bom, só que veio a crise hídrica e isso atrapalhou a vida de todo mundo, foi uma situação muito complicada”, conta ele.