Por mês, a FDCI deixou de gastar cerca de R$1.500,00 com a conta de água
A preocupação com a sustentabilidade do planeta vem mudando a forma das instituições se relacionarem com o meio ambiente, em especial com a preservação dos recursos naturais. Um exemplo emblemático dessa mudança pode ser observado na Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim – FDCI, onde água se tornou prioridade tanto nos processos de captação quanto do uso e da sua devolução aos mananciais.
O resultado desse trabalho pôde ser sentido nos cofres da instituição, que desde 2015 vem tendo, em média, uma redução mensal em sua conta de água de R$ 1.600,00 para pouco mais que R$ 100,00. Essa economia, que alcança até R$ 18.000,00 por ano, deve aumentar ainda mais assim que o cata-vento instalado no pátio da faculdade começar a gerar energia para o funcionamento da bomba de sucção que capta a água dos poços artesianos da instituição.
A fórmula adotada pela FDCI, que vem lhe permitindo economizar água e dinheiro, também trouxe mudanças no comportamento dos alunos. Orientados através de campanhas internas de conscientização, os estudantes passaram a conhecer melhor o ciclo da água na instituição e mudar a forma de agir em relação ao seu consumo. Esse trabalho ambiental garantiu para a FDCI dois troféus Biguá, nos anos de 2015 e 2016. “Com o dinheiro dessa premiação (R$ 2.000,00) houve incentivo para a instalação do cata-vento” – explicou Francisco Ribeiro, diretor da FDCI.
A primeira premiação está relacionada ao processo de captação de água da chuva, onde praticamente toda a área de cobertura do prédio da FDCI direciona a água precipitada para duas cisternas com capacidade para 250 mil litros. A água armazenada é filtrada e posteriormente utilizada nos serviços de limpeza de chão, banheiros e irrigação dos jardins da instituição. A água acumulada é tanta que, segundo o diretor da FDCI, atendeu às necessidades da faculdade mesmo durante os longos períodos de estiagem pelo qual passou o sul do Estado nos últimos dois anos.
Outra iniciativa premiada com o Biguá, de caráter inovador, consiste no tratamento do esgoto da instituição através da utilização de pedaços de bambu verde, que têm capacidade de destruir as bactérias nocivas presentes nos efluentes. Para tanto, foi construída uma fossa com capacidade para 60 mil litros, onde pequenos cortes (6 cm) do caule da planta são fixados na sua parte inferior por meio de uma tela de proteção resistente ao processo corrosivo provocado pelo esgoto.
Francisco Ribeiro enfatiza que o sucesso desse projeto contou com ainda a colaboração do corpo discente da FDCI. Os estudantes receberam orientações por meio de comunicação visual e palestras a respeito do descarte correto do lixo nos locais de coleta seletiva. “Com isso, conseguimos evitar que muitos resíduos, como papéis, absorventes e outros objetos que antes eram descartados nos vasos sanitários, por exemplo, fossem direcionados para a fossa de tratamento” – avalia.
Como resultado, o diretor enfatiza que a escola ficou mais limpa e agradável. O material fruto da coleta seletiva é destinado à Associação de Catadores de Lixo do município, gerando renda para diversas famílias carentes.