Muito mais do que uma questão de tempo que o aluno passa na escola, a educação integral é aquela que possibilita o desenvolvimento em todas as dimensões: intelectual, física, social, cultural e emocional. Entre uma aula e outra, até o amor é ensinado. Nessa atividade, as tarefas incluem muitos abraços, conversas e demonstrações de afeto.
No Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, por exemplo, há o “Momento Amar”, que acontece pelo menos uma vez na semana. Nessa atividade, os alunos se reúnem para cantar juntos, conversar, trocar afeto com abraços, carinho e atenção. A professora Fabíola Silva Santa’ana, 45, que é mãe de Mariana Sant’ana Campos, 9, aluna do Marista, conta que o amor ensinado na escola se estende até em casa.
Projetos e atividades são desenvolvidas desde as séries iniciais. Tempo livre é usado para o crescimento humano
“Esse momento de afeto e contato físico contagia as crianças até dentro de casa. Minha filha chega cantando as músicas do ‘Momento Amar’ e sempre que possível ela nos passa os conceitos que aprendeu sobre querer e fazer o bem. É um tempo onde elas olham o outro com carinho e atenção. Nesse momento do mundo onde tudo colabora na violência e competição desenfreada, percebo que minha filha e os amigos dela estão seguindo um caminho oposto, de paz e solidariedade”, acredita.
A diretora pedagógica da Escola Crescer PHD ressalta que o que mais difere a educação integral da convencional é o convívio, a organização do tempo desde as séries iniciais e a oportunidade de praticar várias atividades em um só lugar. Ela acredita que aprendendo a trabalhar em grupo os alunos tornam-se mais tolerantes e ao mesmo tempo responsáveis consigo mesmos e com o mundo. “Buscamos constituir em nossos projetos e atividades uma relação saudável e equilibrada com o meio ambiente e com o grupo escolar, desenvolvendo atitudes que melhoram a qualidade de vida na escola e na sociedade, pensando sempre nas gerações presentes e futuras.
O discurso é reforçado no colégio Mapple Bear. Tanto que a instituição fez um estudo profundo e consultou os pais antes de implementar a educação integral, que será aberta no próximo ano, e formar a grade educacional.
Dedicação individual
Para a professora Fabíola Santa’ana, mãe de Mariana Sant’ana Campos, 9, aluna do Marista, a educação integral veio para ensinar valores importantes à crianças que muitas vezes não podem ter a presença dos pais 24 horas por dia.
“Hoje em dia, infelizmente, nosso horário de trabalho aumentou muito e, com isso, não conseguimos estar com nossos filhos o dia todo. Eu vi no ensino integral muita dedicação individual à minha filha. Eles não aprendem apenas sobre a formação tradicional, mas cidadania e valores como respeito ao próximo, independente das diferenças. Ela me surpreende muitas vezes com colocações de igualdade, por exemplo, que eu tenho certeza que foram abordadas na escola. Isso me dá tranquilidade”, afirma.