carreira

Desbravando o mundo

Fazer as malas com destino a outro país e, de quebra, dar uma guinada na carreira profissional parece um sonho, mas pode se tornar bem real. Um intercâmbio pode proporcionar ao profissional um diferencial no mercado de trabalho, que está muito concorrido. Além disso, passar algum tempo fora do país de origem permite viver novas experiências culturais, renovar a criatividade e ter crescimento pessoal.

Para Maria Clara Dável, diretora da World Study Vitória, o intercâmbio não é só uma maneira de morar fora, mas de vivenciar a cultura do país onde ficará, conhecer como vivem as pessoas que vão para lá estudar e trabalhar, além de fazer network profissional.

“Muitas pessoas que perdem o emprego aqui no país conseguem recomeçar no exterior. Fazer um intercâmbio não é apenas sobre aprimorar a habilidade técnica, mas encontrar um lugar onde você possa trabalhar com o que gosta. Por exemplo, o Canadá e a Nova Zelândia sempre precisam de engenheiros civis e, no mercado nacional, falta espaço para esses profissionais”, explica Dável.

Além disso, segundo ela, quando se estuda um idioma fora, a pessoa fica sob imersão naquela língua.  “Nas escolas de idiomas para estrangeiros, os alunos estudam de segunda a sexta-feira. Quando você está no exterior e sai da sala, coloca em prática. Um mês de intercâmbio equivaleria a um semestre estudando no Brasil”, afirma.

Entre os principais destinos escolhidos por quem quer aprender o inglês estão Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Reino Unido.  Para aqueles que querem aprimorar o espanhol, Espanha, Costa Rica, Argentina, Colômbia e Uruguai são boa escolhas. Já para o Francês, o Sul da França, os Alpes Suíços, Bruxelas,  Genebra e Montreal são os locais ideais.

 

Além destes países de línguas inglesa, espanhola e francesa, ainda há a China (mandarim), o Japão (japonês), a Alemanha (alemão) e a Itália (italiano) como outros destinos que valem a pena ir para aprender o idioma e conhecer a cultura.

Não tem idade certa para estudar em outro país

 

Há desde intercâmbios infantis (para viajar em família)  a experiências no exterior  para quem tem mais de 50 anos e quer apenas curtir o passeio. A partir dos 5 anos, por exemplo, a criança pode viver essa experiência com os pais. Quem tem entre 14 e 18 anos pode fazer o ensino médio no exterior e, para os jovens e adultos,  há cursos de idiomas em outros países.

De acordo com a proprietária da Experimento Intercâmbio Cultural, Jackeline Teubner Guasti, para estudar fora, antes de qualquer coisa, a pessoa precisa estar aberta a mudar sua rotina,  independentemente da idade que tiver. “A partir do momento em que se tem uma experiência internacional, se aprende a lidar com situações diversas, um diferencial para o currículo.”

Carreiras que andam juntas com a tecnologia

Funções que parecem coisa de filme, mas já existem no mercado

 

  • Artista de efeitos visuais

Profissional responsável por criar animações geradas por computador e efeitos especiais para jogos, filmes, documentários e comerciais.

  • Artista gráfico 3D

Profissional que se dedica a criar animações e gráficos 3D, usando programas de ilustração, bem como produzir esculturas grandes ou pequenas de qualquer material.

 

  • Analista de segurança de informações

Profissional que detecta e impede ameaças cibernéticas em uma organização, descobrindo as fraquezas da infraestrutura (software, hardware e redes) e encontrando maneiras de proteger arquivos digitais e sistemas de informação contra acesso, modificação e/ou destruição não autorizados.

 

  • Arquiteto de sensores

Profissional responsável por especificar, arquitetar, prototipar e conduzir a implantação de vários sistemas de sensores em produtos.

 

  • Arquiteto de soluções

Profissional que se dedica a entender os problemas de uma empresa para propor a melhor solução tecnológica às necessidades do negócio. O arquiteto de soluções ajuda os programadores e gerentes de projetos na concepção e planejamento de projetos de qualquer tipo.

 

  • Engenheiro de modelagem 3D

Profissional responsável por elaborar modelos dinâmicos, materiais, desenhos de instalação de protótipo e demais ferramentas tridimensionais para oferecer suporte à construção do produto principal.

 

  • Engenheiro de testes de realidade virtual

Profissional responsável por conduzir testes em softwares de produtos para verificar se todos os componentes usados no sistema estão funcionando perfeitamente.

 

  • Profissional de big data

Com o grande volume de dados que circulam na internet, o analista de big data é uma das profissões mais importantes do atual momento. As empresas precisam de um profissional capacitado para organizar e gerenciar todas as informações coletadas, que precisam ser trabalhadas, analisadas e usadas em diferentes estratégias. O profissional deve ser especialista em interpretar esse material e extrair informações valiosas sobre tendências, reações, preferências e outros temas do mercado que podem influenciar em um negócio/empresa, para um melhor posicionamento.

  • Nanomédico

A aplicação de nanotecnologia no serviço de saúde humana é a arte desse profissional do futuro. Essa profissão consiste em utilizar nanopartículas e nanorobôs em uma escala nanométrica para curar, diagnosticar ou prevenir doenças. Esse especialista pode atuar em pesquisas, atendimentos em consultórios e diagnósticos. A nanomedicina é uma das grandes apostas da área para o futuro e vai desde a reparação de tecidos até o campo da genética, com o potencial de elevar a efetividade de cura e otimizar os recursos de saúde

 

  • Bioinformacionista

Profissionais que saibam casar informações genéticas com a elaboração de medicamentos e técnicas clínicas serão tendências daqui a alguns anos. O bioinformacionista também será responsável por mapeamentos genéticos para a prevenção de doenças, mas ainda há outras possibilidades de atuação, pois o uso da bioinformação é amplo e vai desde a identificação prévia de patologias até o sequenciamento genético de plantas. Esse especialista ainda terá um papel importante na indústria farmacêutica, já que os medicamentos serão feitos de acordo com os genes do paciente.

Young woman work with 3d printer

 

  • Perito Forense Digital

Esse perito é especialista em encontrar provas para crimes on-line e off-line e pode trabalhar em casos de ataques a servidores e invasões de contas bancárias, roubo de dados, pedofilia e outros crimes na rede, buscando evidências digitais para solucionar os casos.

 

  • Designer de realidade aumentada

O designer de realidade aumentada vai trazer para a visão, de uma forma virtual, mais informações que aquele espaço físico tem à primeira vista. Dentro da mesma lógica, vão surgir os curadores de obras de arte para realidade aumentada. O trabalho vai desde games, entretenimento, até conversas por meio de holograma.

 

  • Editor de DNA

Editar partes defeituosas do DNA substituindo por partes saudáveis será possível com tecnologias inteligentes. A técnica será feita por profissionais da saúde que se especializarem em entender como funciona a genética.

 

  • Designer de impressora 3D

A impressora 3D hoje já é realidade dentro das empresas, principalmente para criar moldes e protótipos. Mas no futuro, elas vão imprimir células e órgãos vivos ou até mesmo comida. Será necessário que designers saibam projetar esses tipos de produtos.

 

  • Desenvolvedor e operador de drones

Agricultura, indústria, entregas, lazer, transporte. Em 20 anos, os drones estarão em todos os setores da economia. Seja reduzindo o uso de agrotóxicos nas lavouras, seja monitorando os processos de produção ou levando compras para os consumidores. O profissional que desenvolve e faz a manutenção de drones vai ter muita demanda.

  • Professor-tutor    

Em alguns anos, será comum a figura do professor que vai se concentrar em traduzir, em material escrito, filmado ou falado, o conhecimento e repassar aos alunos até mesmo de forma holográfica.

Na era dos profissionais ciborgues

Médicos que operam com óculos de realidade virtual. Arquitetos e engenheiros que constroem edifícios com impressoras 3D. Guias turísticos que levam uma pessoa a viajar sem sair do país. A revolução digital tem transformado de forma profunda o mercado de trabalho. Carreiras tradicionais são ocupadas cada vez mais por indivíduos ciborgues, um híbrido de homem e máquina. Novas carreiras também estão surgindo por causa desse processo de mutação. Para se enquadrar nessa nova realidade, o jeito é o trabalhador também se tornar um ser tecnológico. Muitos temem os efeitos dessa aproximação entre o mundo físico e o digital. Acreditam que esta mudança roubará empregos. Mas analistas afirmam que só não terá espaço no novo mercado de trabalho quem não se qualificar.

 

A especialista em gestão de pessoas Kátia Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo (ABRH-ES), esclarece que a tecnologia não tem alterado apenas a forma de as pessoas trabalharem, mas também o jeito como vivem.

“Atividades repetitivas e que precisam de certa agilidade são desenvolvidas agora por máquinas. Cabe ao homem desenvolver a parte inteligente do negócio, por isso é necessário muita preparação do profissional”, explica, de forma enfática: “Todas as profissões são impactadas pela tecnologia.”

Como exemplo ela  cita a área de Direito. “Existe um serviço de inteligência artificial que pode fazer todo o trabalho antes desenvolvido pelo advogado. Há também robôs que realizam as tarefas de enfermeiros, por exemplo. Estas carreiras vão morrer? Não. Elas só serão reestruturadas. Vão exigir novas habilidades, o que é algo bem positivo”, completa. Kátia explica que hoje as pessoas estudam Medicina não para atuar como um médico do passado. “Já existe gente que salva vidas por meio de drones”, destaca ao ressaltar que professores, jornalistas e administradores também serão mais tecnológicos.

“O mercado já entrega pontes construídas em 3D. É preciso que haja profissionais para operar essa impressora de modo eficiente. No passado, o engenheiro usava régua T, porque fazia os projetos na mão. Hoje, o computador produz os cálculos, mas precisa do ser humano para dar a direção.” Outro ponto que ela destaca é que o homem vai fazer o que as máquinas não são capazes de realizar, que é ter relacionamentos e uma visão mais analítica. “Para se enquadrar nesse mundo, o profissional terá que fazer cursos técnicos, de graduação e pós, além de pesquisar e desenvolver muito a leitura.” Algo que tem influenciado muito algumas profissões é a realidade virtual. Várias categorias profissionais estão testando o uso desse mecanismo para otimizar o trabalho e dar mais precisão.

Na área de Medicina, bonecos de plásticos que imitam o corpo humano e os livros começam a dar lugar a óculos que permitem   estudantes e profissionais enxergarem de uma forma diferente os órgãos e ossos humanos. Na construção civil, o sistema é usado para dar mais segurança aos profissionais das empreiteiras. No turismo, a ferramenta permite o consumidor ir a outros países, conhecer pontos históricos sem necessidade de viajar.

 

Novo emprego

Um estudo apresentado no Fórum Econômico de Davos, em 2017, mostrou que até 45% das atividades feitas por profissionais podem ser automatizadas nos próximos dois  anos. No entanto, a mesma pesquisa apontou que 83% das empresas pretendem manter ou aumentar o número de profissionais. Isso mostra que o funcionário vai ter que se adaptar para se manter ativo no mercado de trabalho. Entre as profissões afetadas, estão a de contador, profissionais da comunicação e garçons. Os contadores, por exemplo, tendem a migrar para uma espécie de consultoria de pequenas empresas, atuando como gestores e auxiliando na tomada de decisões.

 

“O setor do telemarketing também  deve ser totalmente informatizado, com o uso de autoatendimento. Mas profissionais serão necessários para lidar com esses sistemas”, comenta o professor de empreendedorismo Danilo Nascimento, do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc). Na área industrial, segundo a psicóloga e diretora da Psico Store, Martha Zouain, os profissionais que trabalham na operação são os que mais precisam se reinventar. Aos poucos, eles devem ser substituídos por uma programação específica de equipamento, operado por um funcionário especializado. Zouain pontua a importância de se capacitar para conseguir atender às novas demandas do mercado. “A tendência é ir reduzindo essa mão de obra pouco especializada. A hora agora é de entender os recados do mundo novo e se atualizar. A dica para qualquer área, qualquer profissão e profissional é entender como a tecnologia pode tornar seus processos, a área em que atua, mais eficientes e se preparar”, comenta.

 

O professor Danilo Nascimento destacou, porém, que essas mudanças abrem caminho para o  surgimento de novas carreiras, como o arquiteto de big data.

Big data é o armazenamento de um grande conjunto de dados. “Armazenar isso é complexo e precisa da ajuda de um profissional para ser realizado”, explica o professor.

A pesquisa apresentada no Fórum Econômico de Davos, que recebeu o título de “A Revolução das Competências”, apontou que a tecnologia da informação é o setor com maior previsão de crescimento, de 26%, seguido de recursos humanos, 20%, e foco no cliente, com 15%.

Outra profissão transformada pela tecnologia é a de professor, segundo a coordenadora do Núcleo Gestor de Educação a Distância da Escola São Francisco de Assis (Esfa), Gislaine Cruz.

 

“Os professores hoje contam com vários recursos para ministrar esse conteúdo, como chats, grupos virtuais, além dos aparelhos eletrônicos que já eram utilizados na sala de aula. A gente, dessa forma, consegue abraçar o aluno de um jeito mais eficiente porque essas plataformas oferecem recursos e ferramentas para transformar a sala de aula e aumentar o engajamento dos alunos.”

 

Fim de carreira 

Muitos temem os efeitos dessa aproximação do mundo físico e do digital. Acreditam que essa mudança roubará empregos. Mas analistas afirmam que só não terá espaço no novo mercado de trabalho quem não se qualificar.

 

Futuro das profissões

Transformações tecnológicas afetam carreiras ligadas às áreas de Humanas, Biomédicas e Exatas

 

  • Especialista em Direito Digital

A figura do advogado passa por transformações. Um dos ramos que esse profissional pode atuar é o do Direito Digital. Para se aventurar nessa vertente, é interessante conciliar os cursos de Direito e de Tecnologia da Informação.

 

  • Gestor de resíduos

Também conhecido como lixólogo, essa profissão dá um novo rumo a carreiras de engenheiros ambientais, químicos e também aos biólogos. Além da necessidade cada vez maior de cuidar do meio ambiente, a população mundial aumenta a passos largos, e o lixo produzido demanda profissionais habilitados em dar o direcionamento correto para os resíduos sólidos. Não basta reciclar, é preciso diminuir a produção e o impacto do lixo. Encontrar soluções para os detritos urbanos, não só das empresas, transformando-os em fontes capazes de gerar gás e outras formas limpas de energia está entre as atividades primordiais do profissional.

 

  • Médicos e a realidade virtual

Médicos e estudantes de Medicina podem usar um óculos de realidade virtual para conhecer o corpo humano, explorar órgãos e ossos. Também podem trabalhar com a robótica para manipular robôs que fazem cirurgias.

 

  • Enfermeiros tecnológicos

Novos softwares, digitalização de prontuários e exames, atendimentos via videoconferências e equipamentos mais precisos nos diagnósticos são apenas algumas das previsões para a enfermagem do futuro. Além de facilitar o dia a dia desses profissionais, reduzindo horas de trabalho e melhorando o atendimento, essa tecnologia será essencial para salvar vidas.

 

  • Mentes inteligentes

Engenheiros e arquitetos não precisam mais fazer cálculos e projetos, já que alguns programas podem fazer sozinho estes trabalhos. Porém, podem atuar como mentes inteligentes atrás do software para que eles executem as tarefas com mais precisão. Podem ainda coordenar projetos para construção de prédios e estruturas viárias por meio de impressoras 3D.

 

  • Consultor de finanças

Com a tecnologia, contadores perdem menos tempo com tarefas repetitivas e passam a exercer papel de consultores de pequenas empresas. Por meio de softwares de inteligência artificial, o profissional pode diagnosticar a saúde financeira das empresas e propor soluções.