Deixando Ibitirama, voltamos para o trecho original da Rota Imperial que, 200 anos depois, segue cortando os topos de morros até chegar à cidade de Muniz Freire. O município tem cerca de 20 mil habitantes e começou a ser povoado no século XIX, tendo nos tropeiros os maiores influenciadores do desenvolvimento na região. Dentro dos limites de Muniz Freire, a Rota Imperial corta a região norte do município, passando pelos distritos de Tombos e também o de Piaçu, onde fica o único trecho asfaltado da rota na cidade: cerca de 1 quilômetro.
Um pouco abaixo da rota, no entorno da sede, mais de 15 cachoeiras são encontradas entre os vales. O centro de Muniz Freire preserva um casario de época, pracinha com ponto de táxi, algumas opções de restaurante e poucos hotéis. Há também lojinhas de variedades e bancos, que contrastam com os prédios que preservam a história da cidade.
Um desses locais é a Casa da Cultura. Lá, fotos e documentos de moradores estão expostos, junto a objetos antigos e mais recentes, mostrando a evolução deles. O local é aberto à visitação diariamente e fica na Praça Bandeira, que é um bom local para fazer fotos, pois também há um charmoso chafariz com relógio.
É na Casa da Cultura que encontramos a diretora de Turismo da cidade, Ercília Pastore, que é também uma estudiosa das histórias da região. “A Rota Imperial se perdeu na história, entre outros motivos pela construção da ferrovia Leopoldina. E depois foi sendo redescoberta, com o passar do tempo e com o interesse da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) em demarcar novamente os trechos”, explica Ercília.
Mas agora, com a estrada novamente reaberta, sinalizada e divulgada, o município ainda não pensa em desenvolver o turismo ao longo dos 40 quilômetros. Ercília explica que antes é preciso tocar um trabalho que faz toda a diferença: fazer com que o morador conheça a história e a importância da Rota Imperial antes da chegada dos turistas.
O que me encanta na rota não é a questão do império ou da família imperial. O que mais me encanta é que eu passo pela rota e vejo muita poesia nela", se emociona Ercília.
“A nossa intenção nos duzentos anos da Rota Imperial é conscientizar as pessoas daqui. Estamos fazendo palestras. Além disso, há professores bem preparados nas escolas da cidade para ensinar essa histórias aos alunos”, afirma Ercília, que move um trabalho de formiguinha junto aos alunos da região, que inclusive ajudam a arrumar os marcos da rota que sofrem algum tipo de avariação.
E como entusiasta da história da rota, Ercília afirma que a estrada vai muito além de um local turístico. “O que me encanta na rota não é a questão do império ou da família imperial. O que mais me encanta é que eu passo pela rota e vejo muita poesia nela (se emociona). Lembro dos animais enfeitados, do matuto tropeiro que ajudou a desenvolver o Espírito Santo”, afirma.
Detalhe da propriedade de Oswaldo Esteves
Serviços
- Hotel Almeida - Tel.: (28) 3544-1109
- Hotel São José - Tel.: (28) 3544-1240
- Pizzaria Mamma Nere - Tel.: (28) 3544-1453
- Restaurante e Lanchonete Nossa Senhora da Penha - Tel: (28) 3544-1146
- Restaurante Canecão - Tel: (28) 3544-1131
- Bar do Sebastião Machado - Tel.: (28) 3544-1154
- Casa de Cultura: Possui um acervo de aproximadamente 10 mil fotos e 600 peças diversas relacionadas à história do município.
- Morro do Cruzeiro: O trajeto é composto por rampas de concreto em ziguezague com pequenas capelas em suas extremidades, uma forma de reconstituir a via sacra até a parte mais alta.