Ibatiba

Ibatiba

Mesmo com apenas uma "perninha" do seu território passando dentro da Rota Imperial, justamente quando a estrada cruza o município de Irupi, a cidade de Ibatiba tem um dos pontos mais vivos da história dos tropeiros no Espírito Santo: o Museu do Tropeiro. E o município também já vê resultados visíveis na procura por parte dos turistas, interessados com as histórias.

Celas de cavalos, balaios usados para transportar mercadorias, utensílios improvisados para montar uma cozinha rápida no meio da estrada... Tudo o que os tropeiros usavam durante suas viagens dentro da Rota Imperial (e fora dela) está exposto ao público diariamente e de graça.

Há até as capas que eram usadas para proteger do frio e da chuva, além de registros históricos dos últimos tropeiros que cruzaram a cidade com sal e querosene para abastecer as famílias. O Museu do Tropeiro fica em um casarão erguido por volta de 1910 e doado ao município pela família libanesa Fadlallah.

Já reconhecida entre seus moradores como a capital tropeira do Espírito Santo, Ibatiba ergueu até um monumento aos tropeiros, em tamanho real, às margens da BR-262. E duas festas anuais que fazem parte do calendário da cidade são dedicadas à importância das tropas e merecem ser visitadas por quem se interessa em história do Espírito Santo.

No primeiro domingo de setembro, ocorre a Festa do Tropeiro. Já no terceiro domingo do mesmo mês ocorre a caminhada dos tropeiros, que recebe cada vez mais agregados. Mas a prefeitura pretende expandir em breve o calendário para todo o mês de setembro, incluindo eventos no segundo e no último domingo do mês.

E mesmo tendo apenas o extremo sul de seu território contemplando a Rota Imperial quase que pela tangente, Ibatiba mantém viva as tradições. Tanto que o tropeiro mais antigo da região, José Alcure, 80 anos, é também o prefeito da cidade. E se orgulha da história que ajudou a construir. 

  • José Alcore, tropeiro
    José Alcure, prefeito de Ibatiba e último tropeiro da região ainda vivo. Ele começou a ser tropeiro aos 7 anos de idade e manteve a tradição até os 30 anos
  • José Alcore, tropeiro
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Eu trabalhei dos sete anos de idade aos 30 como tropeiro. Levava a tropa sozinho, com apenas um acompanhante. Eram ao todo 13 burros: 10 para levar a carga de café, um que levava os utensílios de cozinha para comer na viagem, um para mim e o último que ia na frente com os sinos, liderando o resto" conta o tropeiro.

José Alcure lembra que nunca precisou viajar armado. "Não havia perigo. Eu viajava sozinho, não levava arma comigo. Ninguém mexia com ninguém nas estradas. O perigo é coisa de hoje em dia. Conheci amigos que carregavam muito dinheiro em suas tropas mas nunca foram roubados", rememora.

A cidade também abriga o Circuito Caminho dos Tropeiros, que abrange uma série de estabelecimentos de hospedagem, história e alimentação para quem quiser conhecer a cidade, sua história e seu desenvolvimento. São locais que já recebem orientações e cursos para informar turistas sobre a importância dos tropeiros e da Rota Imperial.

E quando o assunto é tropeiro em Ibatiba, é melhor não falar mal, pois os moradores defendem com unhas e dentes. É o caso de Leozina Rodrigues Machado, de 76 anos. Esposa de um dos tropeiros mais conhecidos da cidade, o seu Arlindo, ela lembra dos tempos em que o município tinha pouquíssimas casas e que ela aguardava praticamente no escuro – já que não havia energia elétrica na região – pela chegada do marido.

  • Leozina Rodrigues
    Leozina Rodrigues Machado, 76 anos, moradora de Ibatiba e mulher do tropeiro Arlindo, um dos últimos tropeiros da cidade, falecido há um ano. Ela guarda fotos do marido montado e lembra das dificuldades da época
  • Leozina Rodrigues
    Leozina Rodrigues Machado, 76 anos, moradora de Ibatiba e mulher do tropeiro Arlindo, um dos últimos tropeiros da cidade, falecido há um ano. Ela guarda fotos do marido montado e lembra das dificuldades da época
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Quando os tropeiros fazem a cavalgada deles, eles param aqui na porta, fazem a homenagem deles ao meu marido, trazem uma imagem linda de uma santa. Eles dizem que ela vai guiando os caminhos. É uma coisa linda”, conta a moradora, orgulhosa

“Lembro perfeitamente da tropa de burros, da bolsa de couro que ele pendurava no ombro para levar as coisas, dos utensílios de cozinha que tinha que levar nas viagens. Era preciso um burro só pra isso. Eram panelas, um arco de metal para pendurar as panelas em cima da fogueira, coador de café, fora os tachos para tomar banho no meio do caminho. Essas coisas o povo antigo de Ibatiba nunca vai esquecer”, lembra Leozina, que perdeu o marido há um ano, mas que continua recebendo homenagens graças à importância do marido no desenvolvimento da cidade.

“Quando os tropeiros fazem a cavalgada deles, eles param aqui na porta, fazem a homenagem deles ao meu marido, trazem uma imagem linda de uma santa. Eles dizem que ela vai guiando os caminhos. É uma coisa linda”, conta a moradora, orgulhosa.

Serviços

  • Pousada Rota do Mar - Tel: (28) 3543-1166
  • Hotel Show - Tel.: (28) 3543-0738 ou (28) 99909-1124
  • Recanto Vovó Rosinha - End.: Córrego da Cambraia, s/nº, Zona Rural
  • Hotel Floresta - Tels.: (28) 3543-1146
  • Pousada Chácara 3G - Tel.: (28) 99944-8501
  • Hotel Avenida - End.: Rua: Afonso Claudio, 1080
  • Chácara e Restaurante 3G - Tel.: (28) 99944-8501
  • Restaurante Vovó Rosinha - End.: Córrego da Cambraia, s/nº, Zona Rural
  • Temperart Buffet e Restaurante - End: Rua: Sete de Novembro, s/nº, Centro
  • Grill Restaurante - Tel: (28) 3543-1748
  • Restaurante Self-Service La Restaully - Tel: (28) 99968-0596
  • Restaurante Leitão e Cia - Tel: (28) 99988-0631
  • Na Ceia Lanches - Tel: (28) 3543-1638
  • Corredeiras da Usina: Queda d'água com cerca de 50 metros de extensão, localizada no Rio Pardo.
  • Monumento dos tropeiros: Feito de metal, em tamanho real, chama atenção pela sua beleza e homenageia os tropeiros que trabalhavam na região.
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