Uma escola mais humana

Além de transmitir conteúdos, instituições de ensino investem em uma educação cidadã, com respeito às diferenças e autoconhecimento

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Foto: Fábio Vicentini
CORPO E MENTE: Na Escola Monteiro, em Vitória, os alunos têm aulas de ioga. Foto: Fábio Vicentini

O mundo está em constantes mudanças. Falamos em geração Y e Z, mas as salas de aula já estão sendo ocupadas pela geração Alpha, a primeira que é 100% nativa digital. Com a tecnologia cada vez mais onipresente, o desafio de oferecer um ensino de qualidade e conectado com os novos tempos é ainda maior. Mas, seja qual for a estratégia adotada pelas escolas, a melhoria na educação é inseparável da boa prática docente.

E uma pesquisa realizada pela organização Todos pela Educação revela que os obstáculos para a valorização dos educadores ainda são muitos e afetam diretamente a qualidade do ensino. Mesmo diante das dificuldades, o estudo Profissão Docente mostra que há um forte desejo de aprimoramento profissional da categoria – sete em cada dez afirmam que dar oportunidades de qualificação é uma das medidas eficazes para valorizar a profissão.

“O reconhecimento do docente está relacionado a vários aspectos, como condições de trabalho, infraestrutura e plano de carreira. É preciso que o professor tenha tempo para se aperfeiçoar e desenvolver a sua prática. E uma formação continuada possibilita que o profissional acompanhe as inovações de sua área, se atualize e aplique isso na sala de aula”, defende Sonia Dias, coordenadora de implementação do Itaú Social.

Foto: Fábio Vicentini
“A ioga ajuda a evitar o estresse e a se concentrar melhor”, conta o estudante João Vitor Chiesa, 17 anos, que pratica junto com as amigas Malu Cândido Có e Joana Melo Moreira. Foto: Fábio Vicentini

Diante dessa realidade, muitas instituições de ensino já se mobilizam para garantir um ambiente que reflita a importância do trabalho da equipe docente. “As escolas precisam ofertar capacitações para que o professor possa ser bem-sucedido na sala de aula, e o professor precisa entender que não é o único detentor do conhecimento em sala, passando a atuar como mediador da aprendizagem, direcionando os estudos dos alunos, por meio de aulas dinâmicas, interativas, com maior participação dos estudantes”, atesta José Geraldo Gaurink Dias, diretor-geral da Escola Siena.

 

Para o diretor, a formação de um docente é um processo contínuo que visa capacitá-lo a atender às constantes exigências do contexto tecnológico, científico, profissional e social. Por isso, o colégio não abre mão de oferecer cursos e capacitações aos professores.

“É uma maneira de reconhecer e valorizar nossos profissionais, aprimorar o conhecimento, melhorar a motivação e garantir o engajamento de todos em fazer parte do processo educacional. Assim podemos assegurar uma atuação de professores mais preparados e capacitados em garantir uma educação de qualidade para os nossos alunos”, explica.

Foto: Colégio Americano/Divulgação
Olímpiada do Colégio Americano arrecada mantimentos para instituição de caridade. Foto: Colégio Americano/Divulgação

Trabalho coletivo ajuda na construção de valores

Um termo em evidência nos dias atuais, a empatia – colocar-se no lugar do outro – é algo que precisa sempre ser exercitado. Atividades que estimulam a cooperação e o trabalho conjunto ajudam na construção de valores importantes para a formação da garotada.

No Colégio Americano, todo mês de outubro é promovida uma olimpíada que tem disputas esportivas, atividades culturais e ações sociais. Os alunos são divididos em equipes e recolhem mantimentos para fazer doação a uma instituição de caridade. Os times têm que estar unidos para ter um bom resultado. “A doação não é um ato isolado. Fazemos um trabalho para que entendam a realidade daquelas pessoas que vão ser assistidas”, conta a diretora-geral de Educação Básica, Teresa Cristina Ferrari.

Foto: Primeiro Mundo/Divulgação
UNIÃO: No Espaço Maker do Centro Educacional Primeiro Mundo, alunos precisam encontrar soluções em equipe. Foto: Primeiro Mundo/Divulgação

O espírito colaborativo é desenvolvido no Primeiro Mundo, por meio de outras atividades, como as praticadas no Espaço Maker. Nesse ambiente, uma situação-problema é apresentada, e os alunos precisam encontrar soluções em equipe. “A escola procura, por meio da diversidade de oportunidades, também desenvolver aspectos como autonomia e responsabilidade”, frisa a diretora-pedagógica, Adriana Selga.

Análise: práticas educativas precisam levar em conta a pluralidade

É trabalho da escola buscar compreender a natureza dos fenômenos educativos em razão das necessidades de aprendizagem dos estudantes e de sua formação humana. É trabalho da escola considerar a interculturalidade e a pluralidade como inerentes à sociedade e aos sujeitos e, portanto, criar práticas educativas que levem em conta esses aspectos. Ou seja, é trabalho da escola formar pessoas que saibam ler o mundo expresso e/ou construído nas redes sociais de forma reflexiva para que não se tornem massas subservientes e que, também, saibam usar as tecnologias em benefício do bem comum. Dessa forma, é trabalho da escola, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, proporcionar o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Cláudia Maria Mendes Gontijo, Professora da Ufes

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