Educação 4.0: Tecnologia em favor da nova educação

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 Foto: Escola Monteiro/Divulgação
ALÉM DA TECNOLOGIA: Conceito de Educação 4.0 vai além de se ter tecnologia nos colégios. Ele baseia-se no conceito de “Learning by doing”, ou seja, aprender fazendo, onde vamos aprender coisas diversas e de maneiras diferentes, por meio de experiências, projetos, testes e “mão na massa”. Foto: Escola Monteiro/Divulgação

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética são competências gerais exigidas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) desde a educação infantil. Essas habilidades, fundamentais para formar cidadãos preparados para os desafios do futuro, são apenas alguns aspectos da chamada “Educação 4.0”, termo utilizado para definir o uso inteligente de recursos tecnológicos por instituições de ensino.

Longe de ser apenas mais uma tendência passageira, a introdução da realidade digital no ensino se tornou inevitável, já que os recursos tecnológicos se democratizaram e fazem parte da vida cotidiana de alunos, professores e funcionários. Enquanto, há alguns anos, discutia-se como evitar essas distrações, e até impedia-se o uso de gadgets na escola, hoje, o desafio é enxergar todas as possibilidades das ferramentas para um ensino mais moderno e eficiente.

É difícil pensar a escola no futuro sem falar de Educação 4.0. Neste ano, o conceito foi escolhido como o tema do Congresso Educacional das Escolas Particulares do ES, que reuniu educadores e especialistas para discutir e compartilhar experiências. “Não é mais possível fugir da tecnologia, nem nas escolas, nem na sala de aula. Então, o melhor a ser feito é aliar o uso com o aprendizado, utilizando-a a favor do desenvolvimento dos alunos. A tendência, daqui para frente, é que a tecnologia ajude a democratizar o ensino”, comenta Moacir Lellis, Presidente do Sinepe/ES.

 Foto: Escola Canadense/Divulgação
Na Escola Canadense de Vila Velha, as crianças têm aulas de robótica e empreendedorismo. Foto: Escola Canadense/Divulgação

Não é só a rotina dentro de sala que muda com a “Educação 4.0”. Ao incluir equipe pedagógica e administrativa no contexto tecnológico, a escola abre portas para novas possibilidades de acompanhamento e avaliação dos estudantes, o que também impacta no desenvolvimento e aprendizado.

É o que defende o diretor-executivo da Escola Monteiro, Eduardo Gomes, que advoga uma mudança estrutural nas instituições de ensino. “A ideia é consolidar mídias e tecnologias a serviço de uma escola mais assertiva, eficiente e integrada. Isso permite monitorar comportamentos e notas de alunos com uma velocidade que nunca seria possível no meio analógico”, explica.

Aprender fazendo

Cultura maker, STEAM, metodologias ativas e PBL. Termos complicados que parecem ter saído de uma reunião de negócios ou de uma Startup, mas que, na verdade, são conceitos aplicados pelas escolas que buscam utilizar a tecnologia a serviço de uma educação com um olhar para o futuro.

Muito além da simples inserção dos dispositivos em sala de aula ou através de projetos extracurriculares, essas instituições entendem que a mudança não deve ter foco somente nos recursos materiais, mas nas possibilidades de interação, ludicidade e fazer coletivo proporcionadas por eles. O propósito é estimular o “aprender fazendo”, e utilizar os recursos tecnológicos como ferramentas para encorajar a autonomia do aluno em buscar soluções e respostas.

Para alcançar esse objetivo, a aula tem que mudar. Na opinião do gestor escolar Eduardo Gomes, a tecnologia só traz benefícios se o aluno tiver a oportunidade de trabalhar ativamente com as ferramentas e novos processos. “Não adianta fazer uma aula expositiva sobre tecnologia e pensar que vai fazer diferença. A mudança maior está em pensar que o aluno não precisa só de conteúdo. Ele precisa desenvolver competências, senso crítico, análise e raciocínio para tomada de decisões”, defende.

Tecnologia aliada como ferramenta de preparação dos alunos para o futuro

Há 19 anos, a especialista em Tecnologias da Informação e da Educação Graciela Alessandra Schuwartz trabalha com projetos de inovação no ensino, antes mesmo de conceitos como “Educação 4.0” e “Cultura Maker” serem colocados em pauta nas escolas. Ela é pedagoga da Escola Monteiro e conta que a instituição sempre teve uma cultura de investir em novidades tecnológicas, com computadores em sala, aulas de robótica e ensino de linguagens de programação.

Com o passar dos anos, as possibilidades de aplicação da tecnologia no ensino foram aumentando e evoluindo. Em conversas com os alunos, Graciela lembra que a maior demanda dos estudantes era por projetos em que pudessem “colocar as mãos na massa” com atividades práticas como customizar roupas, aprender a mexer em máquinas de costura, utilizar uma impressora 3D e ferramentas de marcenaria.

“Colocar a mão na massa ajuda a quebrar tabus e fazer com que as crianças descubram suas potencialidades, e até uma futura profissão. Coletividade, trabalho em equipe e uso consciente do material também fazem parte do processo, e são essenciais para a formação desses alunos”
Graciela A. Schuwartz, Pedagoga da Escola Monteiro

Utilizar a tecnologia como ferramenta de preparação para o futuro também é um dos objetivos da Maple Bear – Escola Canadense, por meio de projetos como o “Engeneering For Kids” (Engenharia para crianças), aulas de robótica e empreendedorismo. Segundo a diretora-geral da unidade de Vila Velha da Escola Canadense, Roberta Assad Porto, os artifícios tecnológicos perpassam todas as disciplinas ministradas na escola, uma vez que são grandes aliados no processo de experimentação prática dos saberes aprendidos.

 

 

 

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