Buscando preparar as crianças para uma realidade em que muito se discute os impactos da ação humana no meio ambiente, e enxergando um futuro onde a relação do homem com a natureza seja mais harmoniosa, as escolas têm investido em trazer a educação ambiental para o cotidiano dos alunos, dentro da rotina escolar.
Quando se fala em sustentabilidade e preservação, é normal pensar em problemas macro, como o desmatamento da Amazônia, o aquecimento global e espécies da fauna e flora em extinção. Não há como negar que essas são questões de extrema importância, mas, na hora de falar sobre esse assunto em sala de aula, tratar de questões mais próximas do cotidiano dos alunos pode ser o primeiro passo para formar cidadãos conscientes de seus deveres para com o meio ambiente.
No Colégio Americano, a proposta é fazer com que os alunos percebam que as atitudes “micro”, do dia a dia, também afetam o meio ambiente e, por isso, a necessidade de rever comportamentos. “O meu micro é colocar fogo no lixo. Um movimento pequeno como esse destrói uma floresta”, exemplifica a diretora-geral da educação básica, Teresa Cristina Ferrari.
“O espaço escolar se torna um local adequado para a aprendizagem e disseminação de conhecimentos sobre o meio ambiente, formando pessoas críticas e conscientes dos diversos problemas ambientais, capazes de cooperar com a preservação do meio ambiente”, destaca a especialista em Gestão Ambiental e Sustentabilidade pela PUC, Lucelia Granja de Mello, em seu artigo na revista EcoDebate.
Nos primeiros anos
Ensinar estas lições nos primeiros anos de vida é importante pois é quando a criança está mais aberta a aceitar novas informações e aprender comportamentos. “Vemos com os alunos que já estão nas séries mais avançadas, que eles se lembram dos ensinamentos da primeira infância. Fica armazenado como uma memória afetiva das suas experiências, porque foi prazeroso. Assim, fica mais fácil para que o professor faça um link com os assuntos mais avançados”, conta a diretora pedagógica do Centro Educacional Renascer, Gracinda Ribeiro.
Ela ensina que é preciso estimular o interesse, por meio de experiências sensoriais e ativas. “A criança, em seus primeiros anos de vida, precisa manusear e visualizar para entender. Eles ainda não tem o poder de abstração para ver as coisas no papel ou vídeo e aplicar na realidade, é preciso experimentar, trazer aulas que sejam sensoriais, que propiciem essa experiência e contato com a natureza no concreto”, comenta.
Entendo a questão do manuseio e da importância do meio ambiente, o Marista realiza o projeto “Cuidando da nossa Casa Comum – Mãos à horta” onde aprendem a lidar com a terra e ainda tem aulas de reciclagem. A proposta é ensinar, desde a primeira infância, que não devemos apenas usufruir mas também cuidar do planeta, está em pauta o ano todo.
Para colher os frutos no futuro
Dicas para introduzir educação ambiental desde a primeira infância
Criar experiência
Segundo as educadoras entrevistadas, crianças pequenas precisam experimentar e sentir para aprender. Por isso, projetos como hortas, visitas à unidades de conservação e contato com animais podem auxiliar na formação ambiental.
Pesquisas
A pesquisa continua sendo importante na hora de ensinar. Criar atividades que estimulam isto faz o conteúdo ser fixado.
São três erres
Reduzir, reutilizar e reciclar. Além de ensinar sobre preservação, é preciso conscientizar sobre a necessidade de repensar o consumo e gastos com coisas que poderão impactar o meio ambiente no futuro e apresentar opções que podem ser reutilizadas ou recicladas.
Desenhos
Nas séries iniciais, o uso de animações, como “Rio” e “Wall-E”, ajudam a conscientizar sobre a preservação.
Envolver a família
Não adianta falar de respeito e cuidado com o meio ambiente só na escola! Projetos e iniciativas que envolvam família e amigos da criança terão um impacto mais efetivo e duradouro, até mesmo porque as crianças refletem muito do que se aprende em casa.
Semana de imersão
Inserir uma semana de conscientização na escola estimula ações para preservação