Criançada coloca “mãos à horta” para aprender sobre meio ambiente

Instituições de ensino implantam projetos de cultivo de alimentos para ensinar a conscientização ambiental

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“Casa Comum” é o termo utilizado pelo Papa Francisco para se referir ao planeta Terra. Para o líder religioso, conflitos relacionados ao esgotamento de recursos e destruição do meio ambiente são algumas das maiores ameaças para as próximas gerações.

No Colégio Americano, diversas práticas de ensino visam promover maior consciência ambiental nas crianças e adolescentes. A diretora-geral da educação básica, Teresa Cristina Ferrari, diz que a estratégia das atividades desenvolvidas em todas as unidades é estimular o aprendizado, por meio da sensibilização.

Teresa Cristina cita como exemplo as aulas de campo em que a observação de problemas, como ligações irregulares jogando esgoto direto nos canais e na baía de Vitória, causam mais impacto do que apenas uma exibição de vídeo da mesma situação.

Na unidade de Vila Velha, onde há uma área verde na qual se aprende sobre solo, vegetação e fauna, o espaço destinado à plantação da horta também serve como elemento para discutir a preservação ambiental. O cultivo sem agrotóxicos, a economia de água, o desperdício de alimentos são algumas das abordagens feitas com as turmas do colégio.

“Não tem como deixar de falar sobre esses temas com os alunos. Eles precisam assumir, desde cedo, a responsabilidade com o meio ambiente, algo que não foi muito discutido com a nossa geração. Senão, a conta (da falta de preservação) vai chegar para eles”, avalia Teresa Cristina.

Foto: Rodrigo Gavini
Alunos do Colégio Americano, em Vila Velha, aprendem e se divertem com aulas na horta. Foto: Rodrigo Gavini

Ensinar, desde a primeira infância, que não devemos apenas usufruir mas também cuidar do planeta, é o propósito do projeto “Cuidando da nossa Casa Comum – Mãos à horta”, do Colégio Marista. Coordenadora pedagógica da educação infantil, Gisély de Abrêu Corrêa conta que o projeto foi inspirado pelo desejo de transmitir esse sentimento do Papa, de enxergar o planeta como uma casa comum a todos nós.

Ao cuidar da horta, cada criança tem uma responsabilidade ‘local’, mas também tem a possibilidade de enxergar o ‘todo’, com as tarefas dos colegas. Segundo Gisély, outra parte importante do projeto é envolver a família e os amigos, por meio de ações como feiras e visitas da família à escola. “Fazemos feiras solidárias onde os pais e amigos podem participar, comprar o que foi colhido, e o dinheiro arrecadado é revertido para uma instituição. Temos também uma composteira biológica próximo à horta, assim, o resíduo orgânico produzido por eles na escola vai diariamente para a composteira, o que também gera consciência em relação à produção de resíduos”, conclui.

Semana de educação ambiental até na faculdade

A Semana de Educação Ambiental, obrigatória apenas na educação básica, pode ser estendida para as escolas técnicas e instituições de ensino superior. O assunto está na Câmara dos Deputados que deve votá-lo em breve.

No último dia 18 de setembro, a proposta da emenda do Senado ao Projeto de Lei 1960/07, que altera a lei da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99) foi aprovada pela comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). O objetivo é estimular ações voltadas para a conservação do meio ambiente também em escolas técnicas e faculdades.

A semana ocorrerá na primeira quinzena de junho.

A emenda do Senado ainda será analisada no Plenário da Câmara, e o texto aprovado seguirá depois para sanção presidencial.

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