Escola bilíngue ou colégio internacional?

Saiba quais as diferenças entre escolas que aplicam dois idiomas ao processo de ensino-aprendizagem

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 Foto: Escola Canadense/Divulgação
Alunos da educação infantil passam por imersão na língua inglesa na Escola Canadense. Foto: Escola Canadense/Divulgação

Dominar um segundo ou terceiro idioma está se tornando cada vez mais comum em um mundo multicultural e sem barreiras geográficas para a comunicação. E é nesse cenário que as escolas bilíngues despontam no país.

Mas, afinal, o que é uma escola bilíngue? Para começar, há diferenças entre as instituições que aplicam dois idiomas no processo de aprendizado.

Uma escola internacional e uma bilíngue, por exemplo, têm objetivos diferentes. A primeira tem como base o currículo educacional de outro país, como os Estados Unidos ou a Suíça. O calendário cultural e escolar segue o do país-alvo, e o ensino da língua portuguesa não costuma ter o mesmo peso.

Já na escola bilíngue, o histórico escolar é brasileiro, o aluno estuda todas as disciplinas do currículo das escolas do Brasil, mas em outro idioma. A maioria das escolas opta pelo inglês. “O ensino bilíngue trata os dois idiomas de forma igual. O inglês é o instrumento de ensino, é a partir dele que o aluno vai aprender matemática, ciências e outras disciplinas”, exemplifica Frank Barcellos, fundador da Escola Canadense – Canadian School.

Foto: Escola Canadense/Divulgação
MUDANÇA: A partir de 2020, estudantes do UP Centro Educacional passarão a contar com ensino bilíngue. Foto: Escola Canadense/Divulgação

As escolas seguem as diretrizes do Ministério da Educação, mas, por não existir uma regulamentação específica sobre o ensino bilíngue, também há diferenças nos sistemas educacionais de cada instituição.

Na Escola Canadense, por exemplo, o plano pedagógico foi todo preparado por profissionais canadenses da área de educação. Os professores passam por treinamentos, quatro vezes por ano, com os especialistas.

Na educação infantil, os alunos passam por uma imersão na língua inglesa. No ensino fundamental, todas as disciplinas passam a ser, então, ministradas nos dois idiomas.

Frank Barcellos explica a escolha do método canadense: além de ser um país tradicionalmente bilíngue, o Canadá é uma potência quando se trata de indicadores nas áreas de matemática, leitura e ciências, liderando o ranking mundial de educação entre os países de língua inglesa.

Outra dúvida comum é sobre quando começar o ensino bilíngue. A resposta é: quanto mais cedo, melhor. Segundo pesquisas, é na primeira infância que as habilidades linguísticas são mais rapidamente desenvolvidas.

De acordo com Fábio Portela, diretor-presidente do UP Centro Educacional, o ensino de um segundo idioma na infância é importante para a formação de um cidadão mais preparado para o mercado e para os desafios de um mundo globalizado.

E os benefícios vão além da utilidade profissional. “Uma pesquisa da Universidade de Granada, na Espanha, evidenciou que o ensino bilíngue auxilia no desenvolvimento da memória e da atenção. Pessoas bilíngues têm uma capacidade de trabalhar melhor em situações conflitantes e lidam melhor com as distrações”, afirma.

Em 2020, o UP Centro Educacional também passa a ser bilíngue. “O projeto começará com as turmas de 6º, 7º e 8º anos do ensino fundamental II e, posteriormente, continuará com as séries seguintes”, explica Portela.

Foto: Pixabay
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Escolas adotam métodos e currículos diferentes

O que é uma escola bilíngue?

Uma escola bilíngue é aquela que ensina em dois idiomas, sendo um deles o materno. O aumento da carga horária de inglês não qualifica uma escola como bilíngue. Para receber esse título, é necessário que outras disciplinas sejam ministradas no segundo idioma. Na maioria dos casos brasileiros, esse outro idioma é o inglês.

Quais as vantagens do ensino bilíngue?

O aprendizado de dois idiomas, simultaneamente, pode trazer diversas vantagens para uma criança. O ensino bilíngue estimula a inteligência, o pensamento lógico, a concentração, além de trazer vantagens em relação ao mercado de trabalho.

As escolas bilíngues seguem o currículo brasileiro ou o internacional?

As escolas bilíngues em nosso país devem seguir o currículo brasileiro, preconizado pelo Ministério da Educação. Já nas escolas internacionais, a grade curricular segue a do país de origem.

A criança não se confunde quando é ensinada em dois idiomas?

A infância é o melhor momento para que uma criança aprenda uma segunda língua, pois é um momento em que o cérebro está aberto a novos conhecimentos, e o seu desenvolvimento é muito acelerado. Diversas pesquisas sugerem que, ao contrário do que se acreditava, as crianças não se confundem e sabem diferenciar o momento em que devem utilizar cada língua. Segundo um estudo da King’s College, na Inglaterra, e da Brown University, nos Estados Unidos, há uma janela de formação no cérebro das crianças com idade entre 2 e 4 anos que favorece a imersão em um ambiente bilíngue.

A carga horária é diferente de uma escola regular?

Sim. A carga horária das escolas bilíngues costuma ser maior, pois elas adotam o formato de educação integral ou semi-integral.

Fonte: Associação Brasileira de Ensino Bilíngue (ABEBI) e fontes ouvidas pela reportagem

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