Em 2008, o Governo do Espírito Santo sancionou uma lei que proibia a utilização de aparelhos celulares em sala, na rede estadual de ensino. Com a revogação da lei, em 2016, foi instituída uma portaria que estabelece critérios para a utilização dos aparelhos como ferramenta didático pedagógica.
Hoje, através do programa Sedu Digit@l, alunos e professores da rede pública têm acesso a diversas plataformas de apoio ao aprendizado, que vão desde aplicativos que ajudam a estudar para o Enem até um portal de cursos para educação à distância de jovens e adultos.
O secretário de Educação, Haroldo Rocha, lembra que, na época da proibição, o celular era utilizado apenas para chamadas de voz. Agora, os aparelhos oferecem uma série de recursos, que podem ser utilizados para o benefício dos alunos.
Ele ressalta que essa iniciativa é necessária para que haja diálogo entre a escola e o aluno, já que os jovens, quando fora da escola, estão conectados o tempo todo. “Na prática, precisamos também de uma estrutura adequada. Então, passamos a investir e preparar as escolas, com internet wi-fi e disponibilizamos equipamentos para acesso aos recursos que oferecemos através do Sedu Digit@l”, explica o secretário.
Inovação
Um dos exemplos de aplicação desse espírito inovador na rede pública de ensino do Espírito Santo é o EEEFM Francisco Nascimento, em Jacaraípe, na Serra. A escola, que ficou em quarto lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deste ano, viu uma melhora significativa no aprendizado dos alunos após inserir a tecnologia na rotina.
“Como fazer o smartphone se tornar uma ferramenta pedagógica? Esse foi o nosso desafio. Precisávamos fazer da tecnologia um aliado, então, a comunidade da escola se reuniu para buscar uma solução. Foi aí que encontramos o aplicativo Remind”, conta Virgínia Silva, diretora do Francisco Nascimento.
O aplicativo escolhido pela escola permite que os professores abram salas virtuais, onde podem postar conteúdos, atividades e trabalhos. Virgínia explica que a escola precisava de uma ferramenta para enviar conteúdos antecipadamente, para que, ao chegar em sala, a aula fosse dedicada a tirar dúvidas e não para copiar do quadro.
“Com o uso da tecnologia, o interesse e o envolvimento dos alunos nas aulas aumentou. Ainda estamos caminhando para alcançar um resultado ideal, mas o desempenho dos alunos melhorou bastante, e, consequentemente, o índice de aprovação, o que já trouxe um bom resultado no Ideb”, comemora.
Confira os apps mais utilizados
Sedu Digit@l
A plataforma de educação digital da Sedu oferece várias opções para complementar os estudos. O portal do saber (portaldosaber.obmep.org.br) é uma das alternativas para quem busca uma grande quantidade de testes, com perguntas dissertativas e de múltipla escolha. Outras ferramentas estão reunidas no site www.sedudigital.sedu.es.gov.br
Remind
O aplicativo utilizado pela escola Francisco Nascimento é gratuito, exigindo apenas um cadastro para que qualquer aluno ou escola possa utilizar. Nos Estados Unidos, ele é utilizado primordialmente para comunicação entre escola e família mas, também, oferece recursos que permitem compartilhar tarefas e exercícios entre professores e turmas, anexar arquivos e tirar dúvidas.
MECFlix
É uma plataforma criada pelo MEC que oferece videoaulas gratuitas. Qualquer pessoa pode acessar e assistir aos conteúdos, divididos pelas quatro áreas do conhecimento cobradas na prova do Enem. A plataforma ainda disponibiliza uma área para comentários, onde é possível interagir com outros usuários e trocar experiências. Basta acessar o site www.mecflix.mec.gov.br para ter acesso e aprender.
AppProva
O app é ideal para quem está estudando para o Enem ou para vestibulares. Trata-se de um jogo que testa os conhecimentos dos usuários com simulados e as principais questões já aplicadas em provas anteriores de instituições de ensino como UFRJ e PUC. Ao todo, ele possui mais de nove mil questões para serem resolvidas. Os resultados podem ser compartilhados com a rede de amigos no Facebook. Gratuito para Android e iOS.
Fonte: Especialistas entrevistados