A tecnologia avança mudando o mundo de forma cada vez mais veloz. No entanto, alguns valores continuam importantes e necessários para a formação de futuros profissionais de sucesso. Habilidades, como empatia, comunicação, honestidade e senso crítico nunca saem de moda e precisam estar no centro do programa pedagógico das instituições de ensino.
“A escola tem que ter a capacidade de preparar os alunos para serem competentes nas tomadas de decisão ao longo da vida. Entre as habilidades, é preciso que eles saibam assumir lideranças, executar tarefas complexas, ser criativos na resolução de problemas”, avalia o diretor da Escola Monteiro, Eduardo Costa. Ele também acrescenta que é essencial que os estudantes aprimorem a empatia e valorizem o convívio social. “Eles devem perceber a importância de boas relações, tanto no trabalho, como na vida cotidiana”, diz.
Para Costa, as atividades realizadas dentro do ambiente escolar têm que reforçar esses valores. “Por exemplo, ao propor um trabalho em grupo, o professor consegue estimular o desenvolvimento da habilidade de trabalho em equipe, de boa comunicação oral e escrita, de liderança, de colaboração, e da boa relação entre os alunos. Com dinâmicas diferentes, é possível desenvolver várias habilidades”, relata.
O especialista em mercados e negócios Jefferson Cabral pondera que a inteligência artificial não vai dar conta de tudo. Ela será mais uma ferramenta para o trabalho. “As funções básicas e rotineiras, as tarefas elementares, eles (os futuros trabalhadores) vão fazer com um clique. Mas aquilo que depende da interação humana, de empatia, sensibilidade e percepção, que são elementos humanos fundamentais, a máquina não consegue reproduzir, ainda”, diz.
Projetos Sociais
No Colégio UP, os projetos pedagógicos também buscam corroborar valores atemporais, como a cidadania, a liberdade e o respeito ao próximo. “Quando nossos alunos se envolvem em projetos sociais – temos vários –, estamos formando um cidadão de visão de crítica, capaz de pensar no próximo e de exercitar a empatia”, enumera o diretor da instituição, Fábio Portela.
Ambos concordam que é preciso formar cidadãos que saibam conviver em sociedade e respeitar uns aos outros. Eles precisam aprender a ser parte integrante da comunidade onde vivem.
“Acreditamos na formação de cidadãos capazes de produzir resultados diante do mercado de trabalho no futuro e sabemos da importância disso. Mas sem perder a essência de ser, acima de tudo, um ser humano bom”, ressalta Portela.
Para fortalecer a ligação dos alunos com o ambiente onde vivem, a escola Monteiro Lobato aposta em passeios e visitas (leia mais sobre viagens pedagógicas na página 36). “No dia a dia das aulas, buscamos interagir com a cidade e com a comunidade, participando da vida nos bairros, utilizando o conhecimento de sala de aula durante visitas guiadas”, diz o diretor, Eduardo Costa.
Escolas devem valorizar amizades e espaço para conversas
Para aproximar o ensino do dia a dia de estudantes cada vez mais conectados, muitas escolas investem em atividades que utilizam recursos tecnológicos nas mais diversas frentes. No entanto, especialistas alertam que esse uso deve atender a um propósito claro. “Há que se tomar cuidado com o uso da tecnologia na educação, sobretudo no ambiente escolar. Não pode ser pirotécnico. Precisa ser objetivo e eficaz”, afirma o diretor do Centro Educacional UP, Fábio Portela.
Apesar de considerar a tecnologia como uma ótima ferramenta de ensino, ele acredita que ela não pode substituir o olho no olho. “A escola precisa continuar sendo o ambiente mais propício ao desenvolvimento da intelectualidade humana”, ressalta.
A Escola Monteiro também aposta no uso da tecnologia para se aproximar da linguagem dos alunos, mas acredita que é papel da escola fazer com que os estudantes utilizem bem essa ferramenta, tanto no ambiente escolar quanto fora dele. “Precisamos ajudá-los a fazer bom uso dessas tecnologias, com responsabilidade, sabendo pesquisar e filtrar corretamente as informações e dados na internet, entre outras tarefas, que auxiliem no processo produtivo e do conhecimento”, diz o diretor da Escola, Eduardo Costa.
Ele aposta nos momentos de convivências, nas conversas de corredor e nas amizades que o meio escolar pode propiciar. “A tecnologia aproxima a comunicação, mas afasta as relações presenciais. Sendo assim, um dos desafios é manter a escola como um espaço para convivência, de boa relação entre os alunos e de bem-estar”, avalia.