O mercado de trabalho está cada dia mais exigente. Além de ter uma boa formação, em alguns casos, as empresas pedem até que o profissional fale um segundo idioma, como inglês ou espanhol, fluentemente. Quem escolhe cursar áreas ligadas à pesquisa científica, importação e exportação, marketing e publicidade e propaganda precisa ficar atento. São as carreiras mais rigorosas em relação ao domínio de outras línguas.
Segundo um levantamento realizado pela Catho Educação, 57,6% das vagas para a área de pesquisa exigem que o profissional tenha inglês fluente; 30,3% delas, nível avançado; e 12,1%, básico.
O gerente da Catho Educação, Fernando Gaiofatto, explica que a liderança da área de pesquisa científica nessa questão não surpreende. Isso porque o idioma se torna indispensável, pois permite discussões internacionais sobre os temas pautados nas pesquisas.
“Para as áreas de especialização como pós-graduação, mestrado e doutorado, normalmente, é exigido o uso de um a dois idiomas a mais. Essa exigência começa antes mesmo da inserção no curso de formação, como pré-requisito. Porém, também se estende ao longo dele, na leitura de artigos, busca de entrevistas e outras pesquisas. Logo, o idioma torna-se muito importante, pois permite que a pesquisa traduzida para o inglês alcance conexões de conteúdo internacionais”, afirma Gaiofatto.
Caso você queira trabalhar na área de importação e exportação, estudar um novo idioma pode abrir muitas portas. Por ser um setor que lida diretamente com relações internacionais, não será muito incomum você receber e-mails em outro idioma ou clientes vindos de outro país.
Uma em cada duas vagas disponíveis para o segmento de comércio exterior exige do candidato inglês avançado. Em mais de 71% das oportunidades disponíveis no mercado, é solicitado o nível intermediário de proficiência na língua inglesa.
No dia a dia
Você pode até não ter parado para observar, mas termos em inglês estão inseridos na rotina de muitos profissionais. Na comunicação, tem o “lead”, o “briefing” e o “deadline”. Na área de tecnologia da informação: “bug”, “Big Data” e “backup”. Já em negócios”, termos como “Business to Business (B2B)”, “sample” e “supplier” são muito empregados.
Mesmo em áreas que não peçam inglês avançado ou intermediário, no anúncio das vagas, os recrutadores deixam subentendida a necessidade. Isso porque grande parte dos recursos utilizado pelos profissionais é em inglês, por isso é importante ficar atento.
“Ainda que seja possível ‘se virar’ bem sem o idioma, por vezes é necessário ler textos, traduzir informações e escrever e-mails em inglês. Assim como a fluência do inglês é percebida, a falta dela também é. Logo, o domínio faz toda a diferença, seja no atendimento, seja nas apresentações, seja nos resultados da empresa. Não dá para manter o ‘embromation’ se o profissional deseja crescer na carreira”, alerta.
A coordenadora pedagógica da Wizard Praia do Canto, Clarissa Lauar Guedes, lembra que muitas empresas têm contato, direto ou indireto, com o mercado exterior, o que torna o inglês ainda mais importante no ambiente de trabalho.
“Sejam nacionais, sejam multinacionais que atuam no Brasil, as companhias fazem questão de que os funcionários estejam aptos a falar inglês fluentemente. Além disso, há casos em que o profissional perde a promoção por não ser fluente”, comenta.
O inglês e o espanhol já são vistos por alguns recrutadores como o mínimo que o profissional precisa ter para ocupar determinado cargo. Segundo os especialistas, acumular o domínio de idiomas menos comuns, como mandarim, francês, árabe, russo ou alemão, torna-se um diferencial a mais para o candidato.

Remuneração pode aumentar
Ter fluência em um segundo idioma, além de melhorar o seu currículo profissional, pode elevar a remuneração. Segundo a 58ª Pesquisa Salarial da Catho, falar outra língua pode fazer com que o seu salário cresça em até 72%, no caso do inglês; e 59%, no caso do espanhol.
Dependendo do cargo ocupado, o valor percentual do aumento sofre variações. Por isso, ser poliglota é importante não apenas na hora da contratação do profissional, mas também no momento da promoção.
Profissionais em cargos de gerência que têm inglês fluente ganham, em média, 72% a mais do que aqueles que não têm. Já em cargos de coordenação a diferença é de 61%; e para em cargos técnicos e analistas, quase 60%.
No caso de um gerente, diretor ou presidente de uma empresa com inglês fluente, a remuneração média, por mês, é de pouco mais de R$ 14,4 mil. Mas, se ele tivesse apenas o básico, a média salarial seria de aproximadamente R$ 8,4 mil. Se o profissional ocupar uma vaga de analista, a média salarial com inglês básico é de R$ 3,3 mil. Já se for fluente, o ganho é de R$ 5 mil.
Nível de inglês exigido nas vagas de emprego abertas
Áreas Profissionais |
Fluente |
Intermediário |
Básico |
Pesquisa científica |
57,6% |
30,3% |
12,1% |
Importação e exportação |
55,3% |
15,9% |
28,8% |
Publicidade e propaganda/Marketing |
42,1% |
33,9% |
24% |
Comunicação Social/Editoração |
40% |
36,4% |
23,6% |
Hotelaria e turismo |
35,1% |
16,2% |
48,6% |
Arquitetura e projetos |
34,9% |
31% |
34,1% |
Engenharia |
33,4% |
32,6% |
34% |
Sistemas/Informatica/Internet |
29,1% |
36,6% |
34,3% |