“O jovem não precisa ter medo de errar”

“O jovem não precisa ter medo de errar”

O jovem não precisa ter medo de errar em suas escolhas, mas deve ter ética e amor pelo que faz e pensar sempre em si e nos outros. A afirmação é do apresentador do “Altas Horas” (da TV Globo), Serginho Groisman, que esteve em Vitória para atuar como mediador na Arena de Profissões.

Ele lembra que frequentou três faculdades. Por um ano, dedicou-se ao curso de  Direito. Depois, durante  um ano e meio, estudou   História, mas foi no Jornalismo  que enfim concluiu  a graduação.

“Tive a sorte de ter mais liberdade de escolha. Por     isso, sempre digo aos jovens que não tenham medo de errar. A pior coisa é trabalhar naquilo que não se gosta. Sem prazer, não se chega a lugar algum”, comentou.

Confira a entrevista completa.

O que os jovens querem para suas carreiras e para suas vidas?

Percebo que se abriu muito o leque no mercado de trabalho. Há muitas coisas específicas. Por exemplo, antes a medicina oferecia muitos campos e agora oferece mais. Na área de propaganda e marketing também, fora as coisas ligadas ao digital, que apareceram com muito mais oportunidades. O mercado está muito mais aberto, mas as profissões mais concorridas têm oportunidades um pouco mais restritas. Acho que daqui para a frente o que vai acontecer é que o jovem vai experimentar mais, vai ter menos medo de errar. Antes, as profissões eram para sempre. A pessoa se formava em Engenharia e morria engenheira. Hoje as possibilidades são maiores. Acredito que o que acontece, um pouco, é uma interrogação nos jovens, no que eles querem. O mercado está muito aberto e é competitivo, mas ao mesmo tempo ele oferece opções dentro da faculdade muito grandes. Já conversei com jovens que estavam cursando algumas faculdades e que não sabiam direito o que estavam fazendo.

Os jovens hoje estão mais certos do  que querem ou estão em busca de alguma coisa que os faça felizes?

Não posso dizer por todo mundo, mas a minha orientação é fazer um trabalho que lhe dê prazer, que lhe complete. É importante ressaltar que o trabalho é uma extensão da sua vida e deve ser feito com prazer.

Serginho Groisman, apresentador do “Altas Horas” (da TV Globo) | FOTO: Rodrigo Gavini

A escolha da profissão é algo que se faz muito cedo, por volta de 17 anos. Existe uma fórmula para que essa decisão seja mais assertiva?

Não existe. Eu mesmo fiz três faculdades: Direito e História e acabei como jornalista. Sugiro que o jovem comece a fazer alguma coisa e, se precisar mudar de ideia, ainda há tempo. Acho que uma pessoa com 16, 17 anos sofre muita pressão para escolher o que vai fazer o resto da vida; na verdade não é nada disso. Essas mudanças também são muito importantes. É preciso se permitir a ter experiências diferenciadas. Todo o conhecimento adquirido vai acompanhá-lo a vida toda.

“A pior coisa é trabalhar sem gostar. Sem prazer no que se faz, não se consegue nada”

Com a crise, muitos jovens ficaram desempregados. Essa situação permitiu que eles se reinventassem?

Acho que eles estão testando mais, mas têm um pouco de frustração nisso. Isso porque vivemos em um momento em que as vagas de trabalho estão menores. Entretanto, quando está no começo da carreira, você batalha, você procura, se reinventa, procura maneiras de mostrar o seu talento, e uma hora as coisas acontecem. Quem quer se destacar  no mercado precisa ter vocação, talento e paciência.

Sobre o comportamento nas empresas, os jovens entendem que precisam cumprir hierarquia e  metas ou estão meio    soltos?

Eu acho que cabe à família e à escola darem esse entendimento de que hoje uma empresa não quer só uma pessoa que tenha talento e qualificação. É preciso ter aspecto de liderança, saber se comportar em uma companhia e não ser subjulgado, tendo iniciativa. Hoje, esse comportamento é muito importante dentro de uma empresa. É valorizado quem tem ética e amor pelo que faz e pensamento em si e nos outros.

As faculdades contam agora com a disciplina de Empreendedorismo. Você acredita que os jovens estão empreendendo mais?

Se você for perguntar, todo mundo quer ser dono do próprio negócio. Empreendedorismo tende a ser um caminho profissional, mas não é fácil, não é para todo mundo. No entanto, quem consegue empreender tem uma satisfação muito grande porque passa a ser dono do próprio negócio, a empregar gente e  a fazer aquilo que realmente gosta. Os jovens precisam entender que o mercado de trabalho também é feito de outras parcelas e outras contribuições, mas o empreendedorismo é bastante forte entre eles hoje em dia. O mercado precisa de ideias diferenciadas.

Como você tem visto o mercado de startups?

É um mercado que está bastante em alta, um modelo que exige muita criatividade. Acho que todo mundo quer ser realmente protagonista do seu próprio destino, de seu trabalho, e as startups fazem parte desse caminho; fazem com que isso tudo aconteça.

Qual a dica para quem está escolhendo a profissão?

A minha dica é: não tenha medo de errar. Se errar, pode refazer. A pior coisa é trabalhar sem gostar. Acredito que, sem prazer no que  se faz, não se consegue nada.

“Quem quer se destacar  no mercado precisa ter vocação, talento e paciência”

Administrator

Deixe o seu comentário

Please enter comment.
Please enter your name.
Please enter your email address.
Please enter a valid email address.