A chegada da aposentadoria é um momento celebrado por muita gente. O que fazer após essa etapa da vida é que pode se tornar um problema. Viajar, praticar esportes, começar um curso novo e fazer trabalho voluntário são apenas alguns dos caminhos que podem levar a uma aposentadoria feliz e produtiva.
A dona Armelina Alzira de Figueredo Souza, de 77 anos, sabe bem disso. Viúva, ela encontrou várias atividades para ter o menor tempo ocioso possível. Entre suas atividades preferidas, ela lista as viagens como sua favorita. “É muito gostoso conhecer novas cidades, novas pessoas, admirar paisagens tão diferentes da que estamos acostumados. É maravilhoso viajar, eu amo”, diz entusiasmada.
As viagens também são uma paixão do militar aposentado Agostinho Celestino da Silva, de 71 anos. Durante os passeios, aproveita para praticar um outro hobby: a fotografia. Ele quer retomar um projeto antigo de fotografar pontos de diferentes partes do Brasil e reunir estes registros em uma exposição. “Passei quatro meses viajando, visitei sete estados da federação fotografando diversos pontos”, explica. Mesmo com orçamento limitado, já que sua renda vem da aposentadoria que recebe, Agostinho banca tudo do próprio bolso. “Não possuo patrocínio. E aposentadoria no Brasil, você sabe como é”, brinca.
De acordo com o médico geriatra, Roni Chaim Mukamal, diretor da MedSênior, manter uma atividade após a aposentadoria é algo extremamente interessante para o idoso. “Se manter e, principalmente, se sentir útil gera bem-estar e a percepção de que a pessoa é importante para a sociedade”, explica.
Quando não está viajando, Armelina realiza diversas atividades simultâneas. Participa de grupos da igreja que frequenta, inclusive fazendo visitas a enfermos. Além disso, também faz pequenos ajustes nas roupas dos familiares, relembrando os tempos de costureira, quando ainda era casada. “Cheguei a fazer roupa de casamento para o noivo, hoje, faço um ou outro ajuste. A idade avança e a visão da gente vai ficando meio prejudicada”, conta aos risos.
Em comum, tanto Almerinda quanto Agostinho possuem o hábito de se exercitar regularmente. Ela faz suas caminhadas e brinca com o bisneto de dois anos. Ele também faz caminhadas e gosta de cozinhar. Ambos ocupam seu tempo com atividades que lhes dão prazer e os fazem sentir úteis.
Manter-se ativo, por meio de um hobby, de algum trabalho voluntário ou de alguma causa de sua comunidade religiosa, faz toda a diferença na vida e na saúde do idoso. Dr. Roni alerta que o ritmo constante de atividades ajuda a prevenir o isolamento social e doenças como depressão, solidão, e tudo o que vem junto com estas questões.