Uma parceria em que todos saem ganhando, na qual o objetivo é crescer juntos. Assim é o processo de incorporação, por meio dele, duas cooperativas passam a formar uma nova entidade. Um dos exemplos mais recentes no cooperativismo capixaba foi a incorporação da Cooperativa Agropecuária do Norte do Espírito Santo (Veneza), da área de laticínios, à Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), especializada na produção de café e pecuária.
Mesmo passando por um período de ajustes após a fusão, a expectativa é que o faturamento da nova cooperativa seja de R$ 550 milhões já no seu primeiro ano, com um crescimento de 4,5% da receita. A Coopeavi passa a ter cerca de 15 mil cooperados e 930 colaboradores, o que a torna a maior cooperativa agropecuária do Espírito Santo em número de pessoas.
Segundo o diretor-presidente da Coopeavi, Denilson Potratz, o principal ganho é o fortalecimento das duas cooperativas, em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo.
“Estamos passando por um forte movimento de concentração de empresas em diversos segmentos. A consequência é um aumento significativo da concorrência, pressionando as margens dos produtos para baixo, com reflexo negativo no resultado”, explica.
A marca Veneza vai continuar existindo no mercado. “Vamos retomar os investimentos. A meta é lançarmos dois produtos a cada ano, a partir de 2020”, adianta Potratz.

Parcerias
Quando os desafios e objetivos são os mesmos, a busca por soluções fica mais fácil se for feita em conjunto. Por isso, o cooperativismo incentiva esse tipo de parceria. Segundo estimativa do setor, sete em cada dez cooperativas brasileiras já firmaram algum tipo de acordo, seja no setor produtivo, no logístico, ou no financeiro.
Foi o que fizeram a Cooperativa de Laticínios Selita e a Cooperativa Agrária Mista de Castelo (Cacal). De um lado, a mais antiga e principal cooperativa de laticínios do Estado precisava de mais fornecedores de matéria-prima; do outro, a cooperativa pecuarista necessitava escoar a sua produção de leite.
Assim, nasceu uma das mais antigas e prósperas parcerias entre cooperativas do Estado, em 2005. Por mês, a Cacal envia para a Selita aproximadamente
1 milhão de litros de leite. Em contrapartida, a Selita compra mensalmente 30 mil sacos de ração produzida pela Cacal, além de prestar serviços de industrialização de produtos lácteos para a cooperativa de Castelo.
“No momento de dificuldade que passamos, a Selita foi fundamental, disponibilizando apoio financeiro e técnico e permitindo que a Cacal se reestruturasse e se consolidasse no mercado de rações e minerais”, explica o presidente da Cacal, Domingos João Piassi.
O presidente da Selita, João Marcos Machado, lembra que os pequenos produtores são os maiores beneficiados nesse processo. “Eles não são atendido pelas grandes empresas, então o melhor a se fazer é buscar a união, para juntos se tornarem grandes.”
Outro exemplo de sucesso é a parceria entre o Sicoob e a Coopeavi para instalação e compartilhamento de energia solar no complexo logístico de Ibiraçu. Desde maio, estão em funcionamento 10 conjuntos de usinas geradoras.
A produção inicial deve chegar a 125 mil Kwh/mês, o que seria suficiente para abastecer aproximadamente 500 residências. Além de preservar o meio ambiente, o sistema deve gerar uma economia de até 25%.
