Sucessão ainda é desafio

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Cooperativas buscam alternativas para atrair jovens talentos para os seus quadros, como forma de garantir a renovação na liderança

Atrair os jovens, garantindo a   renovação de lideranças, é um dos desafios para o cooperativismo. De olho nos processos de sucessão, as cooperativas capixabas investem cada vez mais em cursos e estratégias de mobilização, com o objetivo de formar novos gestores.

O caso da Selita, de Cachoeiro de Itapemirim, mostra a preocupação de preparar durante anos o cooperado para que um dia ele possa estar apto a assumir uma função de maior responsabilidade.

 

“O que a Selita tem feito nos últimos anos é promover cursos, envolver lideranças e comitês educativos e ter o máximo de transparência no processo de sucessão. Temos como princípio envolver todos os cooperados nessa discussão”, destaca o presidente da cooperativa, João Marcos Machado.

 

Ele ressalta que há uma preocupação constante em buscar novos talentos. “A Selita prevê apenas uma reeleição para presidente e também para o conselho, o que mostra o cuidado em renovar”, observa Machado.

Programa

A Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) tem como meta investir na juventude cooperada, e para isso quer retomar o programa “Jovens Coop”, que chegou a formar três turmas, com o propósito de estimular os jovens a entender um pouco melhor o cooperativismo.

 

“Pretendemos trabalhar com capacitação de jovens com esse perfil, e abordar a questão da sucessão familiar também. Precisamos preparar e estimular os jovens, porque se a gente não fizer isso não teremos, no futuro, sucessores”, alerta o presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello.

 

O presidente conta que, atualmente, o quadro de cooperados tem uma participação abaixo do esperado de jovens, fato que eles pretendem reverter.

“De 5.760 cooperados da Cooabriel em 2018, apenas 610, ou seja 10,59%, tinha de 25 a 34 anos. Precisamos aumentar essa adesão. A gente percebe que os jovens que temos hoje no quadro são pessoas que têm ideias novas, com possibilidade de mudar a cooperativa para garantir a sustentabilidade dela por mais tempo”, reforça.

Técnica e prática

 

O investimento em conhecimento foi fundamental para que Jecimiel Gerson Borchardt, 32 anos, decidisse continuar no campo, garantindo o crescimento do negócio que vem sustentando sua família há gerações em São Gabriel da Palha, Norte do Estado: o cultivo do café.

 

Jecimiel aprendeu com o pai o que o avô ensinou sobre a vida na roça. Mas quis mais: investiu em cursos, e hoje aplica o que estudou na propriedade que será, um dia, dele e da irmã.

 

“Sabia que a responsabilidade de cuidar de tudo passaria para mim. Me formei em técnico em agropecuária. Depois, fiz a faculdade de engenharia agronômica. E posso dizer que faz diferença a gente ter  conhecimento técnico. As cooperativas também custearam um curso para nós, jovens, o que tem nos ajudado a continuar a vida no campo”, destaca.

 

Melhoria na produção e contenção de gastos estão entre as vantagens que o estudo proporciona. “A tecnologia pode ser um facilitador para o homem do campo. Tecnologias de controle de pragas, controle de custos para investir no que pode dar mais retorno. Isso tudo a gente também aprende com os estudos. E faz com que os jovens queiram permanecer  no campo, como é o meu caso.”

 

PLACAR

90 mil Cooperados

Foi o número de beneficiados no Eestado pelo Sescoop com capacitações, treinamentos, fóruns e congressos, entre 2017 e 2018, de acordo com a OCB/ES

“Faz diferença a gente ter conhecimento técnico”  Jecimiel Gerson Borchardt, 32 anos  Agricultor, planta café na propriedade da família

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