Em um ano, entre 2017 e 2018, o número de cooperados no Estado cresceu 20%. O Espírito Santo tem hoje 444.147 pessoas associadas a cooperativas, o que demonstra a importância estratégica da atividade para a nossa economia: o setor conta com 126 cooperativas registradas e faturou aproximadamente R$ 6 bilhões em 2018.
Cooperar, na concepção mais simples da palavra, significa unir forças em prol de um objetivo. É partilhando dessa filosofia que o presidente do Sistema OCB/ES, Pedro Scarpi Melhorim, desenvolve seu trabalho à frente da instituição. Desde 2017 na função, ele celebra a consolidação do setor e o crescimento, que resultou na geração de quase 8 mil empregos diretos.
Como o cooperativismo chegou a esse patamar no Estado e quais são as projeções para o futuro?
No Brasil, mais de 12,7 milhões de pessoas – 5,7% da população – estão vinculados a alguma das cerca de 7 mil cooperativas, que geram quase 400 mil empregos. O faturamento das cooperativas capixabas corresponde a cerca de 5% do PIB estadual. Este é o movimento que se fortalece no mundo todo, responsável por números que impressionam. O cooperativismo é um sistema capaz de gerar milhões de empregos e que nasceu com princípios claros e sólidos. Mais que um modelo de negócio, é uma filosofia de vida, centrada no ser humano e na conexão de pessoas com um propósito comum.
É a ponte para o futuro. Um bilhão de pessoas, em mais de 100 países, estão diretamente envolvidas com o cooperativismo, ou seja, um em cada sete habitantes do planeta é associado a uma cooperativa. São mais de 250 milhões de empregos gerados.
Como o cooperativismo tem atuado para o desenvolvimento da agricultura no Estado?
As cooperativas ajudam o agricultor a se manter no campo, fomentando a comercialização de seus produtos, fornecendo serviços a seus cooperados e desenvolvendo a região. Dentre os maiores benefícios, estão: inclusão de produtores, independentemente de seu tamanho e sistema de produção; coordenação da cadeia produtiva em relação horizontal; geração e distribuição de renda de forma equitativa; prestação de serviços; acesso e adoção de tecnologias para os seus cooperados; economias em escala nos processos de compra e venda coletivos; acesso a mercados que isoladamente seria mais complicado e agregação de valor à produção dos cooperados.
Como é a atuação da OCB para fomentar e desenvolver as cooperativas vinculadas ao Sistema OCB/ES?
É importante frisar que o SESCOOP/ES, integrante do Sistema OCB/ES, também faz parte do Sistema S, e assim como todos os outros “S”, tem como responsabilidade garantir a qualificação do público que se destina a atender, e assim o fazemos. Oferecemos assessoria jurídica, financeira, técnica e de fomento; auditoria interna na área de gestão e governança; sistema de controles internos; cursos e treinamentos; monitoramento; assessoria de comunicação e marketing, contábil e de negócios; além de suporte de tecnologia da informação.
Todos os anos, milhares de dirigentes de cooperativas e cooperados são beneficiados pelo SESCOOP/ES e pela OCB/ES com capacitações. Também realizamos diversas visitas in loco, pareceres técnicos e contábeis, tributários, jurídicos e consultorias empresariais.
Quais são as maiores vantagens competitivas do cooperativismo?
O cooperativismo é uma alternativa ao desemprego. De acordo com o IBGE, o Brasil chegou a ter 13 milhões e desempregados em 2017, e os números ainda são preocupantes. No cooperativismo o empreendedor faz uma opção, na vida e no trabalho, pela ajuda mútua, construindo uma sociedade melhor baseada em valores nobres de solidariedade, de igualdade de direitos e de deveres, de responsabilidade e de compromisso. Toda decisão é tomada pelo voto dos cooperados.
Partindo desses princípios, o cooperativismo se apresenta como uma opção de desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social, com inúmeros cases de sucesso no Estado e no Brasil.
Comparando ao cenário nacional, qual a avaliação do setor cooperativista do Estado?
O segmento é desafiador e pujante. Nossos cooperados são guerreiros e estamos sempre alinhados com demandas, ideias e propostas. Assim, conseguimos driblar as crises e nos consolidar no âmbito nacional como modelo a ser seguido. Tudo isso só é possível por meio de muito diálogo, implantação de projetos e programas e a garantia de suas execuções para melhorar as gestões e governanças corporativas.
Qual será o papel das cooperativas nos próximos anos?
Queremos ampliar o alcance de programas que trabalham conceitos de cooperativismo e cooperação,divulgando o cooperativismo brasileiro e seus benefícios.
Temos ainda a intenção de ampliar e fortalecer os programas e projetos que visam melhorar a governança e gestão em cooperativas. O Sistema OCB/ES se preocupa e atua no sentido de preparar suas lideranças para que entendam que precisamos reinventar o cooperativismo e repensá-lo sob a luz dos avanços tecnológicos.
É sempre necessário aprimorar nossos processos de gestão, com a capacitação permanente das liderança e sem perder de vista os princípios propostos pelo modelo de negócio cooperativista. Estamos sempre nos aperfeiçoando, e o resultado é uma cooperativa sólida e sustentável.
PLACAR
444.147 cooperados. É o número atual de cooperados. De 2017 para 2018, o aumento foi de 20%
126 cooperativas Atuam no Estado
7.946 empregos. É a quantidade de trabalhadores empregados em cooperativas
6 bilhões de reais. Foi o faturamento das cooperativas no Estado em 2018

Presença
As cooperativas atuam em nove setores no Estado
- Agropecuária
- Consumo
- Crédito
- Educação
- Habitação
- Produção
- Transporte
- Trabalho
- Saúde
Cooperativismo capixaba vai ganhar casa nova
O cooperativismo capixaba vai ganhar casa nova. Para acompanhar e suprir as necessidades de um setor em franca ascensão, o sistema OCB/ES construiu uma nova sede, que deverá ser inaugurada no próximo mês. Desde 2006 situada na Avenida Beira-Mar, em Vitória, a instituição irá para a Reta da Penha, também na Capital.
A mudança se fez necessária porque o antigo espaço estava pequeno para um segmento que demanda uma estrutura mais robusta. A troca de endereço é comemorada pelo presidente, Pedro Scarpi Melhorim, que vê o novo espaço como uma consolidação do cooperativismo local.
“A nova sede é fruto da confiança depositada pelas cooperativas ao longo dos anos no Sistema, e esta é a nossa forma de retribuir. Além disso, o Sistema OCB/ES está buscando mudanças que vão além do novo espaço, como a implantação da gestão estratégica e a profissionalização da mão-de-obra.”
O espaço tem 900m², 30 vagas de estacionamento e permite a flexibilização da ocupação. “O auditório tem capacidade para 120 pessoas, mas pode se transformar em três salas de treinamento, com 40 pessoas em cada”, explica. Outra novidade da nova sede é o “espaço cooperativo”, voltado para as cooperativas do interior desenvolverem estratégias de crescimento, já que a maioria não conta com área física suficiente.
