Em busca de novos mercados e negócios

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A relação entre cooperativismo e empreendedorismo esteve em discussão no Painel Cooperar 2019, que reuniu representantes de cooperativas de diversos segmentos que atuam no Estado

A busca por novos mercados e a entrada em nichos de negócios ainda não explorados é uma alternativa para o cooperativismo continuar crescendo no Estado. Além da união para o fortalecimento de uma marca ou negócio, é preciso estar atento às oportunidades que surgem por meio da identificação de demandas em crescimento.

O Painel Cooperar 2019 aconteceu no último dia 25, no auditório da Rede Gazeta, em Vitória.

Essa relação entre cooperativismo e empreendedorismo foi o tema central das discussões do Painel Cooperar 2019, realizado no Auditório da Rede Gazeta, em Vitória. Representantes de cooperativas de diversos segmentos participaram do evento, que aconteceu no último dia 25.

O Espírito Santo possui 126 cooperativas registradas no Sistema OCB/ES, distribuídas de Norte a Sul do Estado. Elas contemplam nove ramos diferentes: agropecuária, consumo, crédito, educação, produção, saúde, transporte, trabalho e habitacional. Somados, são aproximadamente 445 mil cooperados em todo o Estado, resultando na geração de cerca de 8 mil empregos diretos.

Na área da saúde, por exemplo, o Estado conta com cooperativas médicas reconhecidas pela excelência no atendimento, seja ele básico ou complexo. Essa expertise capacita os profissionais a entrarem em um mercado em expansão e que se mostra carente de serviços, como ressalta o  superintendente da OCB/ES, Carlos André Oliveira: os cuidados a idosos.

“Empreender está na veia das cooperativas. Cada dia mais, cooperar se torna uma saída para os negócios. A união possibilita que os cooperados se fortaleçam e cresçam”
Carlos André Santos de Oliveira superintendente do Sistema OCB/ES

“Temos uma demanda crescente por esse tipo de serviço. Por que não montar uma cooperativa para isso? Esse é um nicho que já estamos desenvolvendo dentro da OCB, para que seja constituído no Espírito Santo”, comenta.

Ele ressalta um dos aspectos fundamentais do trabalho cooperativista: o fato de agregar valor ao produto ou serviço e, ao mesmo tempo, diminuir custos. “Empreender está na veia das cooperativas. Cada dia mais, cooperar se torna uma saída para os negócios. A união possibilita que os cooperados se fortaleçam e cresçam juntos”, explica o superintendente.

“Queremos construir pontes para conectar as pessoas e ter uma sociedade mais saudável. A cooperativa funciona como um desses elos para promover o crescimento sustentável das comunidades”
José miquelino da cunha diretor administrativo da Unicred

O presidente do conselho administrativo da Unimed Vitória, Jesse Rangel Tabachi, lembra que o cooperativismo é um caminho para o desenvolvimento e para a prestação de serviços de excelência para o usuário. “O sistema cooperativista ajuda todos os envolvidos a construir uma sociedade melhor, mais humana”, avalia.

Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), concorda. Ele observa que fomentar o empreendedorismo nas cooperativas é fundamental, já que trata-se de um sistema de trabalho onde as decisões são tomadas em conjunto. “Na Cooabriel, há muitos exemplos de empreendedorismo, e acredito que isso tenha contribuído para nosso sucesso”, pontua.

Os participantes discutiram as alternativas para o cooperativismo superar as dificuldades impostas pelo mercado e continuar crescendo no mercado.

Juntos

A professora de ética e responsabilidade social e doutora em Administração com foco em Negócios Sociais, Maria Flávia Bastos foi a palestrante principal do Painel e destacou o mercado de eventos como um nicho a ser explorado pelos empreendedores.

“Hoje o cooperativismo é um nicho muito grande para se desenvolver trabalhos e prestar serviços de excelência para o usuário. Ele ajuda a todos”
jesse rangel tabachi presidente do conselho administrativo da unimed vitória

“É um setor que está em alta. Antes mesmo de a criança nascer ela ganha uma festinha”, brinca, se referindo ao chá de revelação do sexo do bebê e outros eventos, como chá de bebê e chá de fralda. “Este é um nicho que está em crescimento. Porque não unir pessoas que prestam serviços ligados a esse setor e montar uma cooperativa? Isso baratearia custos e também proporcionaria  maior visibilidade no mercado”, exemplifica.

A especialista observa que criar novos arranjos produtivos fortalece as profissões e acaba com o empreendedorismo individual como única alternativa. “Temos que pensar nesse cooperativismo novo e que ‘briga’ com a Indústria 4.0. Que seja forte, eficiente e com ótima prestação de serviços”, diz Maria Flávia.

Para garantir a sobrevivência das cooperativas, no entanto, não basta ter um ótimo produto ou serviço. Também é necessário ter uma boa gestão e visão do negócio. Um passo fundamental para que isso ocorra consiste na  qualificação e profissionalização de quem gerencia o grupo e de quem contribui para que ele exista, ou seja, todos os cooperados.

“Isolados somos fracos, com mais custos. Unidos, conseguimos projetar nossas marcas, nos fortalecer e prestar um serviço melhor, tanto para cooperados quanto para os clientes”
Pedro Scarpi presidente da ocb/es e vice-presidente da unimed federação

Muitas cooperativas já disponibilizam cursos, dias no campo e treinamentos para seus cooperados. O Sicoob, por exemplo, capacita pessoas para serem microempreendedores.

De acordo com o superintendente Operacional do Sicoob Central Espírito Santo, Alecsandro Casassi, a cooperativa de crédito tem um programa chamado “Associado ao Microcrédito”. Nele são trabalhados conceitos sobre gestão financeira, mercado e precificação de produtos, entre outros.

“São módulos presenciais que ocorrem em todo o Estado. O programa é tanto para quem quer criar um negócio, quanto para quem pretende aperfeiçoar o que já tem. No ano passado, 471 pessoas passaram pelos curso. Desde a criação deles, em 2014, já são 1,8 mil empreendedores capacitados”, comenta Alecsandro.

“As cooperativas promovem o desenvolvimento da comunidade em que estão inseridas. Elas proporcionam trabalho, melhor renda e qualidade de vida para seus cooperados ”
Alecsandro Casassi superintendente operacional do Sicoob Central ES

Os treinamentos podem ocorrer de forma direta, em sala de aula, ou por meio de propagadores do conhecimento. São pessoas que participam dos treinamentos e  replicam o aprendizado com os demais cooperados.

“Cooperar transforma a vida das pessoas. Elas deixam de trabalhar sozinhas para, juntas, contar histórias únicas e tornar viável a atividade no campo”
Heriberto Simões Gerente de Comunicação e Marketing da Coopeavi

 

 

 

 

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