Motociclistas, cuidado para não cair nas perigosas armadilhas do trânsito

Situações comuns para quem está de carro podem ser graves para condutores de duas rodas
O Espírito Santo possui 432.015 motocicletas registradas, segundo o levantamento de frotas de 2018, realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES). É o segundo veículo mais usado pelos capixabas, perdendo apenas para os automóveis. Elas são usadas como uma alternativa mais rápida para o dia a dia. Contudo, estar sobre duas rodas exige cuidado e atenção para não cair em armadilhas.
Elaine Chaves, servidora pública de 47 anos, faz parte do grande número de motociclistas do Espírito Santo. Ela elenca como grandes desafios de quem pilota pela Grande Vitória a segurança nos semáforos, alagamentos e quebra-molas. Apesar disso, ela se mantém prudente para evitar situações ruins. “Até hoje, não tive muitos problemas com os outros motoristas de veículos maiores porque não faço corredores e ando devagar”, explica.
Ela não está sozinha. A falta de paciência de outros motoristas também é uma grande dor de cabeça para Fabiola Costa, arquivista de 31 anos. Além do desrespeito de quem está em veículos maiores, obrigando a entrar em “corredores”, ela sente que o fato de ser mulher piora a situação. Para se livrar de situações de risco, a arquivista precisa tomar alguns cuidados. “Pilotar por mim, pelos pedestres e pelos demais desavisados e descuidados”, brinca.
Fabiola e Elaine também reclamam da baixa qualidade das vias. “Outra questão são os buracos e desníveis que, muitas vezes, é pouco perceptível de carro, mas quando se está em uma moto ficam em proporções consideráveis”, conta.
Vulnerabilidade
Douglas Souza, gerente da Triumph Vitória, explica que as motocicletas são mais suscetíveis a acidentes porque são menores que os outros veículos, por isso, alguns problemas parecem bem maiores para os pilotos. “Hoje, um problema crônico é a desatenção dos motoristas. Eu, por exemplo, quando estou de moto, olho para o lado e tem um motorista no celular desatento a tudo. Ele pode frear muito em cima, não ver o sinal… Isso deixa tudo mais inseguro porque o motociclista é vulnerável.”
Evite riscos
Para quem já está muito vulnerável, todo cuidado é pouco. O gerente da Triumph aconselha evitar desníveis do asfalto para que o piloto não perca o equilíbrio e se acidente.
Uma prática comum entre os motociclistas que precisa ser deixada no passado é o “corredor”. “Deve ser evitado principalmente quando o trânsito está em fluxo contínuo, porque não há necessidade de cortar os carros quando o trânsito está normal. Se estiver engarrafado, tem que ter prudência, porque você pode não ver um carro mudando de faixa ou um pedestre atravessando entre os carros e gerar um acidente”, afirma o gerente da Triumph Vitória.
Em situações de alagamento, quem está sobre duas rodas passa ainda mais sufoco. O gerente da BM Vitória, Rodrigo Gama, alerta para o desrespeito dos motoristas de veículos maiores e dá dicas para essas situações.
“Tente evitar sair de casa em alagamentos. Mas se já estiver na rua, procure um lugar alto, como as calçadas. Algumas motos altas podem passar melhor, mas é preciso ter atenção: ao passar por uma poça, é formada uma ‘marola’, com isso, a água pode entrar no motor e estragar. ”A dica é esperar a água se acalmar após a passagem de um veículo e cruzar a poça em velocidade constante.”