Dirigir de maneira errada aumenta até 10% do consumo de combustível

Forçar aceleração e frear bruscamente são os grandes vilões do consumo

Em tempos de alta no valor do combustível, qualquer economia é bem-vinda. Nesse sentido, até mesmo a forma de dirigir interfere nos gastos no final do mês. O simples hábito de frear repentinamente ou acelerar o carro de forma forçada pode aumentar em até 10% o consumo de combustível.
É o que mostra um levantamento do Vehicle Artificial Intelligence (VAI), sistema de conectividade automotiva desenvolvido pela Wings, empresa brasileira de acessórios para automóveis, em parceria com o centro privado de inovação CESAR e com a Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMPRAPII).

Uma análise dos dados de mais de 1.000 veículos no país conectados ao sistema que rastreia informações de funcionamento do automóvel, constatou que pisar nos pedais bruscamente é o principal vilão do consumo.

Enquanto o consumo médio da frota brasileira gira em torno de 8,62 quilômetros por litro (km/l), o valor para veículos que costumam passar por acelerações e freadas repentinas chega a 7,8 km/l, o que representa uma despesa adicional de 10% com combustível.

Considerando que o gasto médio do brasileiro com etanol ou gasolina gira em torno de R$ 21 por dia, segundo informações do VAI, motoristas que aceleram e freiam de forma brusca tendem a gastar cerca de R$ 781 a mais por ano com combustível.

“Em todo o Brasil, identificamos uma média de 1,3 freadas repentinas por carro, diariamente. O motorista brasileiro, no entanto, de maneira geral, está cauteloso em relação a isso. Observamos que menos da metade dos condutores (44%) possui o hábito de forçar a rotação do motor na partida do carro no dia a dia, por exemplo, o que ajuda no consumo”, explica João Marcelo Barros, diretor da Wings.

ATITUDES

O consultor e autor do livro “Consumo de Combustível – Uma Questão de Atitude”, Luiz Antonio Pigozzo, afirma que outras mudanças de atitude no trânsito também ajudam a economizar. “A metodologia de condução extraeconômica muda o jeito do motorista dirigir. Você troca o foco do velocímetro para o conta-giros”, afirma.

Ele explica que, considerando carros de passeio, o ideal é manter o carro em 2.000 giros, não ultrapassando a velocidade de 85 km/h. “Nesse caso, a economia pode chegar a 20%. A partir de 86 km/h na estrada, por exemplo, a resistência contrária do ar eleva o gasto de energia e, consequentemente, o consumo do veículo”, observa.

No perímetro urbano, ele também orienta que sejam mantidos os 2.000 giros, mas dá outras dicas de atitudes importantes para economizar. “Dois fatores fundamentais para reduzir o consumo de combustível na cidade são a distância de segmento e a previsibilidade. Se o motorista mantiver o controle dos giros, o máximo de tempo possível, e uma distância boa do veículo da frente para fazer uma desaceleração planejada, ou seja, não frear bruscamente, terá um resultado melhor”, explica.

No semáforo, uma dica é observar o tempo de abertura e fechamento, e já ir reduzindo a velocidade antes de precisar parar completamente. A previsibilidade, segundo o especialista, é saber tomar decisões antecipadas, ao fazer uma ultrapassagem, por exemplo. “Pode não parecer muito, mas para um motorista de aplicativo, que anda uns 200 km por dia, se ele conduzir de forma preventiva vai ter uma redução tanto nos gastos com combustível como com pneus, freio, amortecedores, o que pode representar uma economia de 30% a 40% no custo”, ressalta.

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