Classe C: avaliamos o carro premium mais vendido do país

Modelo teve 3,9 mil unidades emplacadas em 2018

Em uma análise do mercado automotivo brasileiro, rapidamente percebe-se que os SUVs são a grande aposta do momento. Na contramão do sucesso dos utilitários esportivos, o modelo premium mais vendido no país em 2018 foi o sedã da Mercedes-Benz Classe C, que teve 3,9 mil unidades emplacadas.

Para entender a razão do sucesso, testamos a versão de entrada, a Classe C 180 Avantgarde, que é equipada com motor 1.6 turbo de 156 cv e 25,5 kgfm de torque. Ele é acoplado a uma caixa de câmbio automático de nove marchas. Segundo a Vitória Motors Mercedes-Benz, o preço saiu de R$ 188.900 para R$ 179.900.

Apesar de ser a versão de entrada, o Avantgarde carrega o que a montadora alemã tem de melhor: a sofisticação. Tem um visual pouco chamativo, mas bem refinado e esportivo. Em outubro de 2018, passou por um facelift, ganhando novos faróis em full-LED, novo para-choque frontal, novas rodas e lanternas também em LED que criam o formato da letra “C” em sua disposição de luzes de posição. No entanto, as mudanças só são perceptíveis para os mais atentos.

O interior também é requintado: há revestimento em couro nas portas, descanso de braço e volante, além de detalhes em aço escovado nas portas e no painel e em black piano no console central. Os encaixes são primorosos.

A central multimídia é compatível com o Android Auto e o Apple Car Play, espelhando as informações do smartphone na tela que não é touchscreen, mas – como é comum entre as marcas premium – controlada por um joystick no console central. A tela também mostra as imagens da câmera de ré e detalhes dos sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.

O volante multifuncional tem displays sensíveis ao toque e controla o volume da central multimídia. O modelo também tem botão de partida, ar-condicionado de duas zonas, direção elétrica, controlador automático de velocidade com limitador, monitoramento de pressão dos pneus, alerta de colisão frontal, controles eletrônicos de tração e estabilidade e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis.

Outro destaque é o seletor de modos de condução. O motorista pode escolher entre uma condução econômica, confortável, esportiva ou mais do que esportiva. O seletor muda a curva característica de motor, caixa de câmbio, suspensão e direção.

Adeus baliza

Um dos itens que mais chamou atenção durante o nosso teste foi o sistema de estacionamento automático. Diferente das primeiras tecnologias deste tipo que surgiram, o Park Assist da Mercedes é bem simples e passa segurança. Basta apertar um botão para que o carro comece a procurar por uma vaga. Você segue dirigindo a até 20 km/h e, quando ele encontra o local ideal para estacionar, solicita a parada do veículo. A partir de então, basta acionar a ré e deixar o volante e os pedais livres que o carro trabalha sozinho. Testamos o sistema em vagas de shopping e de rua, na segunda opção ele age ainda mais rápido. Realmente, pode dizer adeus à baliza!

Ao volante

Dirigir o modelo é uma excelente experiência. Você acelera e pensa “é assim que todo carro deveria se comportar”. Basta pressionar os pedais do freio ou do acelerador que o veículo atende imediatamente a qualquer solicitação. Nas curvas, a estabilidade impressiona. É preciso ficar de olho no velocímetro para que não extrapole na velocidade sem perceber.

O conforto agrada em dois sentidos. Primeiro, o motor é extremamente silencioso, e o isolamento acústico cumpre seu papel, por isso, o silêncio reina na cabine. O segundo ponto é, mais uma vez, a estabilidade. Quase não se percebe as tripidações e defeitos do asfalto.

O que falta

A lista de equipamentos é farta. Mas, por falarmos de um carro na faixa de R$ 180 mil, faltam alguns itens. O ajuste dos bancos do motorista e carona, por exemplo, é semielétrico. Para chegar para frente e para trás, é preciso puxar uma avalanca. Os botões servem apenas para inclinação e altura.

Também falta mais itens de direção semiautônoma. O controle de cruzeiro, por exemplo, não é adaptativo como o de alguns modelos mais baratos. Sensor de ponto cego, alerta de saída de faixa e chave com sensor de presença também não fazem parte do pacote.

No entanto, se a escolha é pelo requinte, segurança e prazer em dirigir, o Classe C pode ser a opção correta.

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