A caminho do Brasil, Jimny Sierra mostra atributos em Lisboa
Depois de dar as caras no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, a nova geração do Jimny chegará às concessionárias brasileiras neste ano, importada do Japão. No Brasil, a nova geração conviverá com a linha atual produzida em Anápolis (GO) e será denominada de Jimny Sierra.
Virá com um motor aspirado 1.5 16V a gasolina que rende 108 cavalos a 6 mil rpm e torque de 14,1 kgfm a 4 mil rpm. Terá opções de câmbio manual de 5 velocidades ou automática de 4. A tração é 4WD com possibilidade de utilização apenas frontal ou 4×4 reduzida.
A nova geração do Jimny já está à venda na Europa desde o início do ano. O modelo avaliado em Portugal é da configuração Mode3, que é a versão de topo – no Brasil, poderá ser chamada de 4Style.

O novo Jimny cativa ao primeiro olhar. Com dimensões exteriores bastante contidas, ostenta linhas ao jeito da melhor tradição Jimny/Samurai. O estepe, com roda e pneu iguais às demais, colocado no exterior da tampa do porta-malas, reforça o estilo aventureiro.
No interior, surgem aspectos mais racionais. O painel de instrumentos, com a sua moldura quadrada, mostradores redondos e aspecto tradicional, tem seu estilo reproduzido em toda a parte dianteira. Todos os plásticos são duros, mas a montagem é bem elaborada e os equipamentos de série, generosos. Destacam-se a frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão, o dispositivo de fadiga do condutor, o alerta de saída involuntária da faixa de rodagem e o sistema de leitura de sinais de trânsito.
O porta-malas tem 85 litros. Com o rebatimento do banco traseiro divido na proporção 50/50, dá para transportar os pertences para um fim de semana a dois.

Ao dirigir
A versão avaliada do novo Jimny traz transmissão manual de 5 velocidades, robusta e precisa. A tração integral e a caixa de transferências voltam a ser operadas por uma convencional alavanca de operação suave. O modo 4×4 (4H) pode ser acionado em andamento até os 90 km/h. Já o modo 4L (a reduzida), só com o veículo parado. O controle eletrônico de descidas é de série.
O motor 1.5 a gasolina aspirado locomove o Jimny com desenvoltura. Embora prefira os médios e altos regimes – a sua faixa ideal é de 3 mil a 6 mil rpm –, o desempenho em baixas rotações está longe de fazer feio. Mas o habitáculo é praticamente desprovido de isolamento acústico digno. Tal característica torna perfeitamente audíveis o funcionamento da transmissão e os ruídos aerodinâmicos causados por uma carroceria.
A tocada em estrada é honesta e eficaz. O comportamento dinâmico é, sem dúvida, o maior trunfo. Nas velocidades mais elevadas, o carro fica sujeito à ação dos ventos laterais, o que obriga a constantes correções de volante. Em traçados mais sinuosos, a inclinação da carroceria em curvas vem, mas nada que assuste. De resto, é um SUV fácil de se dirigir e com desempenho competente.
Em uso urbano, a direção muito desmultiplicada, com 4,25 voltas de volante, pode tornar mais trabalhosas as manobras de estacionamento. Por outro lado, a facilidade com que o Jimny transita mesmo em ruas mais estreitas ou supera o asfalto mais esburacado são vantagens consideráveis.
Mas é no fora-de-estrada que o novo Jimny mostra seu potencial. O desempenho só é comparável com o de modelos que custam o dobro ou o triplo do preço. Nas trilhas, o controle de tração é eficiente ao atuar como bloqueio de diferencial sempre que uma roda perde o contato com o solo. Mesmo em subidas mais íngremes, sobre terrenos mais exigentes ou em obstáculos de transposição complexa, é notável como evolui. A estrutura do chassi e da suspensão é capaz de aturar uma torção absurda no fora de estrada, o que aumenta a capacidade de superar ângulos extremos.
O menor “off-road” do mercado é também um dos mais convincentes. Isso faz com que os 24.811 euros (equivalentes a R$ 109 mil) pedidos pelo Jimny 1.5 VVT Mode3 na Europa pareçam um valor tentador. Não há definição de preço do Jimny Sierra no Brasil, mas ficará bem acima da geração anterior, que custa R$ 74.990 na versão 4All e é o off-road mais barato vendido no país.