Além dos propulsores 1.0 e 1.3, três novos modelos chegam até 2020
O grupo FCA Fiat Chrysler,responsável pela Fiat e Jeep, revelou que investirá R$ 500 milhões na fábrica de Betim, em Minas Gerais. Tudo isso para construir uma nova unidade que produzirá motores turbo 1.0 e 1.3 Firefly/GSE, a partir de 2020. Com três e quatro cilindros, as novidades equiparão os modelos Fiat e Jeep, como Renegade, Compass, Argo e Cronos, além da nova linha de SUVs da Fiat, aguardada para 2020. Esse aporte amplia para R$ 8,5 bilhões os investimentos programados pela FCA e fornecedores para o Polo de Betim até 2024.
A expectiva para os novos motores é grande, já que o propulsor a álcool e gasolina mais potente do grupo, o 1.8 E.TorQ, está ultrapassado e muito criticado por seu baixo desempenho. Os novos motores turbinados fazem parte da lista dos que quebram antigos paradigmas, têm baixa litragem, mas desempenho alto.
O motor 1.0 turbo, chamado de T3 , será um três cilindros turbo de 12V com 120 cv e 20 kgfm de torque. E vai equipar os modelos compactos, como Argo, Cronos e, talvez, o jipinho Renegade. Seu principal concorrente é o aclamado 1.0 turbo TSI da Volkswagen, que possui 128 cavalos e 20,4 kgfm de torque.
O segundo, e também o mais esperado, T4, será um 1.3 turbo de quatro cilindros que pode ser calibrado de duas maneiras: pode ter 150 cv de potência e 27,4 kgfm de torque ou 180 cv e 29 kgfm. Em qualquer uma das opções, é bem melhor que o atual motor 1.8 E.TorQ, que equipa o Renegade, Toro, Argo e Cronos, e traz 139 cv e 19,3 kgfm de torque.
Mesmo com desempenho superior, os novos equipamentos podem consumir menos combustível e, com isso, gerar menos poluentes.

Mecânica
Bloco de alumínio com alta rigidez estrutural, câmara de combustão com quatro válvulas por cilindro, sistema turboalimentado, injeção direta de combustível e sistema MultiAir nas válvulas de admissão são algumas das principais características dos novos motores.
Com tecnologia superior e capacidade flex, serão capazes de queimar etanol e gasolina, separados ou misturados em qualquer proporção, além de ter compatibilidade de materiais de alguns componentes com combustíveis latino-americanos, como, por exemplo, os injetores, válvulas e sedes de válvulas e anéis.
Por meio da chegada dos motores GSE Turbo, a FCA passa a ter uma das maiores gamas de propulsores na América Latina. Atualmente, em Betim (MG) são produzidos os motores Fire 1.0 flex e 1.4 gasolina e flex, Firefly 1.0 flex e 1.3 gasolina e flex, além da nova família GSE Turbo e flex. A fábrica de Campo Largo (PR) vai continuar a produzir os motores E.TorQ 1.6 (gasolina, exportação) e 1.8 – que receberá melhorias –, nas configurações gasolina e flex.
A vinda dos novos motores GSE Turbo será a base para acelerar o desenvolvimento do chamado E4, que elevará os motores a etanol a um outro patamar de aproveitamento energético. O objetivo é reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente, para obter um motor de alta eficiência energética e baixo impacto ambiental.
A nova fábrica tem a capacidade para gerar 100 mil propulsores por ano. O local reunirá todas as etapas produtivas do motor, desde a usinagem do bloco e cabeçote até as linhas de montagem.
Novos modelos
Até 2014, a companhia programa 25 lançamentos, entre novos modelos, atualizações de veículos em linha e séries especiais. Em Betim, está planejada a produção de três novos carros a partir de 2020. Dois deles marcam a volta da Fiat para o segmento de SUVs, inspirados no conceito Fastback, apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo.

Jornalista viajou a convite da FCA Brasil