Amarok V6: a picape que tem desempenho de hatch

Motor 3.0 de 225 cavalos deu fôlego extra às vendas da picape

“I’m a rock.” É desta frase em inglês – que significa “eu sou uma rocha” – que veio a inspiração para o nome da picape Amarok, da Volkswagen, lançada em 2010. De lá para cá, o modelo ganhou câmbio automático e foi reestilizado, mas nunca deu tanto o que falar como nos últimos 12 meses. Em fevereiro do ano passado, ganhou versão com motor V6 turbodiesel, que realmente combinou com o seu nome.

O motor tem 3 litros de cilindrada e combina tecnologia de injeção direta common-rail de combustível e turbocompressor de geometria variável. Com ele, a Amarok V6 fica à frente de suas concorrentes, é a picape média mais potente e de maior torque no país. São 225 cv disponíveis de 3.000 rpm a 4.500 rpm. E o torque é de 56,1 kgfm, entregue a partir de 1.500 rpm e mantendo-se pleno até as 2.500 rpm. Em relação ao motor quatro cilindros 2.0 biturbo que equipa outras versões, o ganho é de 25% em potência (45 cv a mais) e de 31% no torque (13,3 kgfm).

O motor ainda possui a função overboost, que eleva a potência em mais 20 cv e o torque em mais 3 kgfm, durante dez segundos. Neste caso, a potência pode chegar aos 245 cv, e o torque passa dos 59 kgfm. Essa força extra aparece quando o pedal do acelerador está a 70% de seu curso total por pelo menos 10 segundos. O sistema é uma garantia a mais em ultrapassagens na estrada.

A transmissão segue a de oito velocidades fornecida pela ZF que equipa outras versões do veículo, reconfigurada para o novo motor. Os freios são a disco nas quatro rodas, exclusivo no segmento. Os discos dianteiros possuem 33,2 cm de diâmetro, o que colabora para melhor desempenho com maiores cargas. Os discos traseiros, de 30 cm de diâmetro, possuem cobertura interna para evitar o acúmulo de sujeira, especialmente no off-road. A tração é permanente nas quatro rodas.

Entre os itens de série, sistema de frenagem automática pós-colisão, que aciona automaticamente os freios do veículo quando ele se envolve em uma batida, controle de tração e estabilidade, assistente de aclive e declive, bloqueio eletrônico do diferencial, indicador de perda de pressão dos pneus sistema ISOFIX para fixação de cadeiras e faróis bixenônio com luz de condução diurna em LEDs.

Ao volante

O interior da Amarok, desconsiderando as proporções, lembra o de um sedã da marca, como Virtus e Jetta. Entre os destaques, o sistema multimídia compatível com Apple CarPlay e Android Auto, e os bancos dianteiros, os mesmos do Passat, com 14 opções de ajuste, incluindo apoio lombar.

Um ponto negativo é a direção com assistência hidráulica, diferente de algumas concorrentes, como Ford Ranger e Chevrolet S10, que possuem assistência elétrica. Mas não é nada que comprometa o prazer em dirigir, que é bem grande, inclusive.

O grande destaque dessa picape é mesmo o motor V6. Basta pisar no acelerador para que ele mostre a que veio. Apesar de ser um modelo de mais de duas toneladas, seu desempenho na estrada compete com modelos bem menores e ágeis, experiência que suas concorrentes não proporcionam. Para se ter uma ideia, ela acelera de 0 a 100 km/h em apenas 8 segundos, menos do que o recém-lançado T-Cross, que acelera em 8,7 segundos com o motor 1.4 turbo.

Mesmo na estrada, o sistema de tração integral faz toda a diferença, pois deixa a aceleração linear, evitando que a traseira escorregue em arrancadas mais fortes, como é comum em picapes. Outro destaque é a autonomia, o tanque tem 80 litros, o que permite mais tranquilidade na estrada. Durante os nossos dez dias de teste, o consumo médio foi de 7,9 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada.

Vale a pena?

A versão Highline com motor V6 custa R$ 195.990, R$6 mil a mais do que a configuração com motor 2.0. Levando em consideração o ganho mecânico e em dirigibilidade, é um valor que vale a pena. Ainda há uma versão acima dela com o mesmo motor, a série Extreme, que agrega itens, como rodas de 20 polegadas, santantônio exclusivo e estribos laterais. Custa R$ 205.990.

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