Reportagem: Léo Soares
Edição de vídeos: Kaique Dias
Edição online: Natalia Bourguignon
Na próxima sexta-feira à noite, quando o locutor oficial do Sambão do Povo anunciar o “sinal verde” para o desfile das escolas de samba da Grande Vitória, um bloco nada pequeno – mas que passa despercebido – estará com o coração a mil por hora. Esse grupo não é formado por foliões que compram suas fantasias para desfilar, e sim por profissionais do carnaval.
É que antes de brilharem na avenida e encantarem capixabas e turistas, os desfiles das escolas de samba passam pelas mãos minuciosas e detalhistas de 1,8 mil pessoas que, literalmente, colocam a escola na avenida, seja de forma voluntária, por amor à comunidade, em troca de uma fantasia para brincar o carnaval ou como funcionários temporários. Afinal, o mercado do carnaval existe, é disputado na busca pelos melhores talentos e chega a injetar na renda familiar até quatro salários mínimos por mês.
Costureiras, aderecistas, pintores, soldadores… É tanta gente nos barracões que, se fantasiados, eles preenchem a quantidade total de componentes de uma escola de samba do Grupo Especial. E o que eles estão produzindo em 2016 também impressiona. É desse grupo a responsabilidade de construir, costurar, forrar e decorar 54 carros alegóricos, nove tripés e 269 alas no carnaval capixaba .
Um desses profissionais é o voluntário Marcos Aurélio, de 41 anos. Mesmo já tendo sido presidente da escola de samba Imperatriz do Forte, do bairro Forte São João, em Vitória, ele continua trabalhando de forma gratuita na agremiação.