Mesmo ensinando, eles também aprendem

Liberdade para criar aulas, suporte para colocar a criatividade em prática e acompanhamento rigoroso do desenvolvimento dos alunos. Esses são alguns dos pontos destacados por professores que atuam no programa Escola Viva como diferenciais que não impactam apenas nas vidas de quem está de olho no futuro. São mudanças que fazem deles próprios – os profissionais – sujeitos capazes de aprender e de reinventar a própria trajetória.

Ramon Vieira Queiroz dá aulas de português e conta que o primeiro contato com a Escola Viva foi lendo sobre o programa. Já nessa fase, recorda, ele se encantou pelo que a metodologia de ensino integral propunha. Neste ano, Ramon estreou como professor dando aulas na Escola Viva José Leão Nunes, em Cariacica. E, segundo ele, esse contato prático foi ainda mais arrebatador.

“Minha primeira experiência como professor foi na Escola Viva. Foi no programa que me encontrei profissionalmente. Ele propões que os jovens sejam sujeitos autônomos, solidários e protagonistas. Isso me encanta! Fazer parte da Escola Viva foi um presente pra mim”, afirma o educador.

A proposta de tempo integral chama a atenção também de profissionais que têm mais tempo de carreira, como é o caso do Paulo César Bremenkamp, que também dá aulas de língua portuguesa. Ele tem 15 anos de carreira e, em 2018, começou a lecionar na Escola Viva Prof. Maura Abaurre, em Vila Velha.

Para Paulo César, a principal diferença entre essa nova face da rede pública estadual e aquilo que conheceu ao longo dos últimos anos, antes de ser apresentado à nova metodologia, além de uma carga horária mais longa, é o acompanhamento rigoroso do desenvolvimento de cada aluno.

“Temos o sistema de tutoria, no qual cada aluno tem um professor tutor. Assim, o aluno é acompanhado ao longo do ano e, se ele vai mal, a gente está junto, procura incentivar. O aluno se sente mais amparado, não só somente na questão cognitiva mais emocionalmente também”, descreve o professor.

Incentivo

Um ponto em comum destacado pelos dois profissionais é a liberdade que eles têm para preparar as aulas. Eles pontuam, ainda, que a boa estrutura das unidades favorece a apresentação de aulas mais atrativas para os alunos, que vão além do modelo tradicional que, muitas vezes, é considerado massante.
“Por ser um programa de muito incentivo, temos liberdade para inovar e com oportunidades para tal. Temos bons laboratórios, salas de aula equipadas, são muitos recursos. Assim, temos condições de preparar boas aulas e aplicar o conteúdo de forma diversificada”, comemora Paulo.

Para Ramon, professor recém-chegado à vida acadêmica, as experiências que ele tem absorvido dando aulas na Escola Viva vão acompanhá-lo ao longo de toda a sua carreira. “As vivências que tenho na Escola Viva eu levo para todos os âmbitos da minha vida. Eu parei para me atentar mais ao outros e para desenvolver o espírito solidário, doar tempo aos outros. Tenho orgulho de fazer parte desta nova rede de ensino que humaniza a relação com os alunos”, garante.

Educação para vida

O secretário de Estado da Educação, Haroldo Corrêa Rocha, destaca, ainda, a importância de um currículo diferenciado na formação dos alunos e na motivação para os professores. Para ele, o ensino integral proporciona que os estudantes se aprofundem no aprendizado das matérias básicas do currículo escolar.

“Eles estudam todas as matérias que são obrigatórias pela legislação brasileira. Só que eles estudam essas matérias tendo mais tempo para estudar. Com elas, eles desenvolvem a habilidade de ler, escrever e fazer operações básicas”, afirma o secretário destacando, contudo, que na Escola Viva os alunos são estimulados a desenvolver as competências socioemocionais.

“A Escola Viva trabalha com disciplinas eletivas, clubes juvenis e oficinas. Esses componentes fazem a escola ter mais sentido para os jovens, porque elas dão mais cara dos estudantes para a escola. Então, o que se quer com a Escola Viva é formar um jovem autônomo que consegue decidir o que é importante para ele, um jovem solidário e que trabalha coletivamente”, finaliza.

Texto: Beatriz Marcarini. Fotos de Gabriel Lordêllo.