Prevenção, alimentação saudável e exercícios diminuem riscos da osteoporose

Sociedade Médica acredita que fraturas devido à osteoporose devem aumentar 400% nos próximos anos com o envelhecimento da população

A osteoporose pode ser considerada uma doença silenciosa. Ela atinge dez milhões de brasileiros, sendo que uma em cada três mulheres com mais de 50 anos tem o problema.

Muito mais devastadora para as mulheres, já que elas têm os ossos mais leves e finos, a osteoporose também atinge homens idosos e com deficiência alimentar de cálcio e vitaminas. Nas mulheres, ainda há a perda de material importante durante a menopausa, o que agrava os sintomas.

O problema ocorre quando o corpo para de formar material ósseo novo suficiente, ou quando muitos sedimentos dos ossos antigos são reabsorvidos – em alguns casos, podem ocorrer as duas coisas. Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez mais fracos e finos, sujeitos a fraturas.

Como acontece

Nós temos no corpo células responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção óssea. O tecido ósseo vai envelhecendo com o passar do tempo, assim como todas as outras células do corpo.

O tecido ósseo velho é destruído pelas células chamadas osteoclastos e criados pelas células reconstrutoras, os osteoblastos. Esse processo de destruição das células é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose, pois o corpo passa a absorver mais osso do que produzir ou então não produzir o suficiente.

O cálcio é um mineral essencial à formação dos ossos. Durante a juventude, o corpo usa o mineral para produzir o esqueleto. Além disso, o osso é o nosso principal reservatório de cálcio, e é ele quem fornece esse nutriente para outras funções do corpo, como o funcionamento cardíaco.

Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio sem comprometer essa estrutura. Esses nutrientes são obtidos por meio da alimentação, por isso, se a ingestão de cálcio não é suficiente, ou o organismo não está conseguindo absorver esse cálcio ingerido, a produção de ossos e tecidos ósseos pode ser afetada, não havendo nutrientes suficientes para produzir o esqueleto e suprir toda a demanda de cálcio do resto do corpo.

Dessa forma, a ingestão insuficiente ou a má absorção desses nutrientes pode ser uma das causas da osteoporose.

Para a médica endocrinologista Marina Cunha Silva Pasolini, da Medsênior, em cerca de 80% dos pacientes, a doença está relacionada ao envelhecimento ou menopausa. No caso do envelhecimento, é necessário entender que os ossos crescem somente até os 20 anos, e sua densidade aumenta até os 35 anos.

“Isso quer dizer que até os 35 anos há um equilíbrio entre processos de reabsorção e criação dos ossos, e a partir dessa idade a perda óssea aumenta gradativamente, como parte do processo natural de envelhecimento. Caso o indivíduo não tenha criado um ”estoque” de densidade óssea suficiente para suprir esse aumento gradativo da reabsorção, os ossos vão ficando mais frágeis e quebradiços, podendo levar à osteoporose”, ensina.

As partes do corpo mais atingidas pela osteoporose são a coluna, o punho, braço e quadril (colo do fêmur). O risco maior é a incidência da doença no colo do fêmur. Especialmente nos idosos, essa doença pode levar a complicações como dores crônicas, dificuldades para locomoção e redução da qualidade de vida.

A pedagoga Maria Elizabeth Alves dos Santos tem 59 anos e, depois de passar por uma densitometria óssea, descobriu que está com o fêmur comprometido. O tratamento passa pela aplicação de medicação específica, doses diárias de cálcio e vitaminas B6 e D.

“Descobri de forma tardia, depois da menopausa, mas estou me cuidando. A dieta passa também por exposição ao sol e caminhadas. Os exames são constantes para monitorar a evolução do problema”, revela.

Osteoporose e prevenção

Quando o assunto é osteoporose os especialistas são unânimes: alimentação equilibrada,  rica em cálcio e vitamina D (leite, vegetais escuros, amêndoas e peixe), exercícios físicos e uma rotina saudável podem ajudar na prevenção da doença. Evitar o fumo, café e bebidas alcoólicas também ajuda a manter um equilíbrio na troca de material ósseo.

É exatamente o que recomenda o médico geriatra Roni Mukamal, diretor do núcleo de Medicina Preventiva da MedSênior: “Uma dieta saudável é fundamental para um envelhecimento igualmente saudável. Diminuir o consumo de sal e de produtos industrializados, junto com a ingestão de leite e alimentos que contenham cálcio, é o primeiro passo. Consumir alimentos ricos em ômega-3, como linhaça, salmão, frutos do mar e óleo de canola também aumenta a densidade dos ossos”, alerta.

Então ficam as dicas. Agora é sair do sedentarismo, melhorar a alimentação e viver mais e melhor.

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