A população idosa no Brasil não para de crescer. Segundo dados do último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), as pessoas acima de 60 anos representam, hoje, 13,5% da população. Em 2027, a Terceira Idade representará 17,4% e, em 2050, 29,3%. Agora esqueça aquela imagem de idosos aposentados em praças públicas jogando baralho e dominó. Esta geração não fica parada vendo o tempo passar, eles querem viajar, curtir a vida e fazer investimentos.
De acordo com Gabriel Meira, especialista e sócio na Valor Investimentos, os melhores investimentos para a Terceira Idade são os ativos isentos de risco. Segundo ele, se tratando da população idosa, seria ideal visar o prazo para retorno e não aplicar em nada que oscile demais, para não correr risco de ficar com a aplicação negativa. Renda fixa e títulos públicos são exemplos de aplicações que serviriam para a manutenção do patrimônio, protegendo da inflação e rendendo acima da poupança e com liquidez, para a pessoa queira usufruir do que acumulou quando quiser. “Nesta etapa da vida, é importante cuidar da sucessão de patrimônio, visto que o inventário pode custar de 10 a 15% do total do patrimônio do investidor. Portanto, pensar em uma previdência como instrumento de sucessão desse capital pode ser interessante, a depender da expectativa de tempo”, explica o especialista.
No cenário das aplicações financeiras, quanto mais alto o nível de risco que a pessoa toma, maior será o retorno que ela espera obter. Mas ele não se aplica a todos os investidores. “Para os que estão começando, recomendo cautela. Começar pela renda fixa por ser um início para o universo de investimentos, baixo risco com retorno acima da poupança e, principalmente, da inflação”, indica Gabriel. Já para os mais experientes, o cenário do mercado de ações é promissor, pois existe um mundo de aplicações de risco que pode ser bem aproveitado, como fundos multimercados, câmbio, etc.
O aposentado Flávio Chagas da Silva, de 57 anos, já tinha investimentos no banco do qual é correntista quando resolveu fazer outros tipos de aplicações. Ele buscou a orientação de um assessor de investimentos, que o explicou sobre como funcionava este mercado, quais os riscos e benefícios, sobre como e em que investir. “Faço minhas escolhas por meio da orientação que recebo do meu assessor, afinal, ninguém gosta de perder dinheiro”.
Os rendimentos provenientes da aposentadoria são uma queixa antiga de Flávio, que diz estar satisfeito com os investimentos feitos até o momento. Ele considera que as orientações que recebeu de um profissional qualificado foram determinantes para sua satisfação. “O aposentado tem que tentar ganhar um dinheiro extra, não dá pra viver só com aposentadoria. Com uma boa orientação e bons investimentos, isso se torna possível”, recomenda.
Antes de começar a investir dinheiro é necessário identificar o seu perfil do investidor, de acordo com o seu orçamento. Essa informação será de extrema importância para pontuar os rendimentos que poderão ser aplicados. Para isso, o especialista em investimentos Gabriel Meira explica como definir qual a melhor maneira de investir para diferentes tipos de perfis:
Curto Prazo
Reserva de Emergência. Independentemente da idade, ela deve permitir que você possa se manter de 6 a 12 meses. Deve ser uma aplicação de baixo risco e com a possibilidade de resgate
imediato. Exemplo: custo mensal de R$5 mil, reserva de emergência de R$30 mil aplicados em títulos públicos (Tesouro Selic) ou fundos de renda fixa com liquidez.
Médio Prazo
Projetos. Nesse pote, tratemos exclusivamente de alcançar os projetos que você possui. Construir ou comprar uma casa, trocar ou adquirir um carro, viajar. Para cada prazo do projeto, teremos diferentes aplicações que podem possuir riscos diferentes. Se a construção da casa é para um prazo de 10 anos, você pode aplicar em algo mais arriscado, visando um retorno maior. Já para a troca/compra de um carro daqui a 2 anos, fica mais interessante aplicar em uma renda fixa para não correr o risco do seu capital ficar negativo.
Longo Prazo
Aposentadoria e sucessão de patrimônio. Para os que já cessaram a capacidade produtiva, o pote da aposentadoria advém, possivelmente, do INSS e do montante acumulado durante a vida. Já para a sucessão desse patrimônio, devemos pensar em aplicações que possam ficar de fora do processo de inventário, facilitando para o beneficiário na hora desse processo visto que, na média, de 10% a 12% de tudo adquirido na vida, fica para custos de inventário.