Aposentadoria sem apertos: como organizar finanças na Terceira Idade

A terceira idade – que muitos chamam de “melhor idade” – deveria ser o momento da vida para descanso, tranquilidade e realização de sonhos adiados há muito tempo. Para atingir este objetivo, planejamento é essencial. Mesmo se autodeclarando uma pessoa “controlada”, o ex-promotor de vendas Elis Borré, de 86 anos, não escapou de alguns apertos financeiros desde que se aposentou, há 23 anos.

“Sou bem controlado, detesto dever. Eu tenho claro na minha cabeça que tenho que conviver dentro daquilo que eu ganho. Sou casado, não pago aluguel, o que eu ganho gasto comigo mesmo. Mas mesmo assim, chega no final do mês e não sobra nada”, adianta Elis, que, assim como todas as pessoas na sua faixa de idade, tem que conviver com alguns gastos inevitáveis.

Ao longo dos anos, a saúde torna-se mais frágil e debilitada, fazendo-se necessários gastos com planos de saúde e medicamentos. Elis usa algumas estratégias para economizar com os seis remédios que ele tem que comprar todos os meses, e que comprometem quase 20% da sua aposentadoria. “Procuro programas de fidelidade com as drogarias para poder adquirir os medicamentos com desconto”.

O consultor financeiro Thiago Adame aprova o método do senhor Elis, e dá outras dicas. “A pesquisa de preços em diferentes farmácias é fundamental para economizar, porque os preços variam bastante, inclusive entre as grandes redes e as farmácias de bairro. Para facilitar a pesquisa existem sites e aplicativos, um que acho interessante é o ‘Menor preço’”.

Sustento familiar

Se hoje a vida está um pouco mais tranquila, os primeiros anos de aposentadoria do senhor Elis não foram tão leves assim. Como ainda tinha filhos mais novos para criar, ele seguiu trabalhando por mais seis anos, ficando no mercado de trabalho até os 70. Uma situação relativamente comum em outras famílias, afinal, muitos aposentados ainda são responsáveis pelo sustento da casa e da família e, por conta disso, acabam se descontrolando financeiramente.

“Já tive que pegar empréstimos para completar a renda em meses de maior aperto, ou então para conseguir realizar algumas melhorias na casa, por exemplo. Alguns bancos oferecem crédito facilitado para aposentados, como o consignado, que debita as parcelas do pagamento direito na folha de pagamento das aposentadorias”, explica o aposentado.

No entanto, segundo Thiago Adame, esse empréstimo pode ser mocinho ou vilão, tudo depende do “por que” e “para que” fazê-lo. “A vantagem é que o empréstimo consignado é mais barato que o empréstimo comum porque o fator risco de inadimplência para a

Instituição Financeira não existe. O risco é tomar um empréstimo sem uma finalidade e um planejamento. Sempre tem que avaliar se a parcela cabe no orçamento”.

Colaboração familiar

Outro risco é o aposentado tomar um empréstimo para terceiro (parente ou amigo). Ao tentar ajudar, pode se complicar com suas finanças porque se o terceiro não arcar com a prestação, elas continuam sendo descontadas da aposentadoria.

“Minha orientação é nunca fazer um empréstimo para terceiro. Não foi para isso que nossos pais e avós se aposentaram. Nós, filhos e netos, devemos ter consciência que esse benefício é deles. Deixem essa opção para uma emergência caso não tenham feito uma boa reserva”, explica Thiago.

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