Aos 88 anos, o carioca Manoel Barbosa de Souza trabalhou em várias profissões. Técnico contábil de formação, ele foi gerente de cinema, mestre de obras, carreteiro, e mais recentemente atuou como administrador de condomínio. Mesmo após se aposentar, ele preza pela sua autonomia. Morando no Espírito Santo há dois anos, ele encontrou na fisioterapia uma forma de contornar as dificuldades típicas da idade e manter a independência.
“Há pouco mais de um ano fui diagnosticado com Síndrome de Parkinson. Mas isso não me impede de fazer meus afazeres domésticos. Sei me virar sozinho para tudo. Esquento comida, lavo louça. Nunca tive problemas com quedas, e a fisioterapia tem me ajudado bastante em manter essa condição física”, afirma o aposentado.
O envelhecimento traz consequências como a perda da sensibilidade, do controle sobre os movimentos e suas aplicações em atividades básicas do dia a dia, como se alimentar, vestir uma roupa e se locomover. Para esse período da vida, o tratamento fisioterapêutico tem uma importância maior, não só de tratamento, mas também como prevenção.
“Faço duas sessões de fisioterapia por semana. Por mim faria todos os dias. Por conselho do fisioterapeuta, também comecei a fazer ginástica. O corpo da gente é igual a um carro. Quando vai ficando velho, se você deixar ele parado, vai criando ferrugem”, brinca Manoel, que mora com a filha em Vila Velha.
Técnicas fisioterápicas
Para definir os melhores exercícios e técnicas para idosos, os fisioterapeutas geralmente questionam o paciente ou então seus parentes sobre o objetivo e os problemas que são enfrentados. Eletroterapia, hidroterapia, terapia manual e termoterapia são técnicas indicadas para o público da terceira idade.
“Todas as técnicas e métodos, devem ser aplicadas de forma direcionada a cada indivíduo, sobretudo aos idosos. A frequência e o volume de exercícios são determinantes para um bom resultado e segurança”, explica o fisioterapeuta Pablo Pompermayer.
Na Terceira Idade, a fisioterapia apresenta diversos benefícios como o envelhecimento com qualidade de vida, o aumento da força muscular, a melhora notável em sua capacidade de locomoção e equilíbrio, bem como a coordenação dessas funções
“Hoje sabemos que a atividade física regular, boa alimentação e bons hábitos de vida, nos dão melhor qualidade de envelhecimento, físico e mental. Assim a fisioterapia preventiva com treinamento de tarefas do dia a dia e exercícios supervisionados, fazem total diferença como prevenção”, afirma o profissional.
Postura e prevenção para quedas
A postura está relacionada diretamente com a prevenção de quedas. Os exercícios posturais melhoram o equilíbrio e facilitam no tempo de reação, quando se perde o equilíbrio. Além de fisioterapia e pilates, outras técnicas são indicadas para essa faixa etária, como a musculação supervisionada e orientada.
“A potência muscular, capacidade de produzir força rapidamente, tem sido o fator mais associado à capacidade funcional em idosos. Combinando exercício resistido e aeróbio, teremos benefícios importantes e estudos apontam como a estratégia mais efetiva”, afirma Pablo.