A importância da vacinação na melhor idade

Febre Amarela, H1N1, gripe. Basta lançar uma campanha de vacinação que a professora aposentada Maria da Glória Guimarães, 65 anos, sai de casa para garantir a sua dose de imunização contra essas doenças. No entanto, toda essa precaução não foi suficiente para se garantir livre de doenças recorrentes na sua faixa de idade.

Recentemente, ela buscou auxilio médico após notar erupções na pele. Exames detectaram que se tratava da Herpes Zoster, doença comum na população idosa, mas que pode ser evitada com uma vacina especifica, recomendada como rotina para maiores 60 anos, em dose única.

“Sempre me preocupei em tomar todas as vacinas, não só agora que passei dos 60 anos, mas durante toda a minha vida. Sempre tive essa cultura, comigo e com pessoas próximas. Levava meus filhos para vacinar, e, quando era professora, até vacina de gotinha eu aplicava nos alunos. Mas essa vacina contra o Zoster eu desconhecia”, diz.

Desconhecimento

Casos como o de Maria da Glória ocorrem com frequência. Uma pesquisa denominada Prevenção na Maturidade, realizada em 11 capitais do Brasil,  mostrou que 59% da população sabe da importância da vacinação, mas desconhece quais são as vacinas mais recomendadas para cada faixa etária.

Ainda persiste a cultura de que somente as crianças precisam ser vacinadas rotineiramente. Adultos só costumam se imunizar em períodos de surtos. Os idosos, por sua vez, têm como hábito buscar apenas vacinas que fazem parte do calendário anual, como a contra a gripe.

Para a geriatra Ana Beatriz Nemer, mesmo os idosos saudáveis apresentam um declínio do sistema imunológico decorrente do próprio envelhecimento. “Grande parte dos idosos tem se imunizado contra gripe em época de campanhas, mas não contra outras doenças. Esses dados ressaltam a importância de educação adequada para promoção à saúde e à longevidade.”

Reforço

No Sistema Único de Saúde (SUS), três tipos de vacina estão disponíveis para as pessoas a partir dos 60 anos de idade: hepatite B, dupla adulto (difteria e tétano) e febre amarela (apenas para idosos que estejam morando ou passando por áreas com recomendação de vacina). As demais estão disponíveis na rede privada de saúde.

Para os pacientes com esquema vacinal completo, recomenda-se  o reforço das vacinas contra gripe, contra difteria e contra tétano. Para hepatite B, febre amarela e pneumococo, há algumas observações. Confira as informações abaixo:

“A pneumonia, em particular, é uma das principais causas de óbito em idosos. Para os idosos nunca vacinados, com história vacinal desconhecida ou incompleta, é importante procurar o seu médico para atualizar suas vacinas”, alerta a geriatra Ana Beatriz.

SAIBA – Principais vacinas para todos

Influenza (gripe) – A vacina é recomendada para todos os idosos, em dose única anual

Difteria e tétano – É importante que a vacina reforço seja administrada a cada 10 anos.

Hepatite B – Não é recomendado de rotina o reforço para os pacientes com comprovação vacinal de 3 doses, a não ser que tenha havido falha na resposta primária. Nos idosos com esquema incompleto, poderá receber apenas as doses que faltam.

Febre amarela – A vacinação é indicada para os residentes de áreas de risco e para aqueles que viajarão para tais áreas, de preferência até 10 dias antes da viagem. Por ser composta de vírus vivos atenuados, já foram descritos efeitos adversos graves. Desta forma, deve-se sempre analisar o risco benefício.

Pneumonia – Aqueles que já receberam duas doses da vacina contra pneumococo polissacarídea 23 – valente (VPP23), recomenda-se uma dose de conjugada 13-valente, com intervalo mínimo de 1 ano após a última dose de VPP23. Se a segunda dose de VPP23 foi aplicada antes dos 65 anos, está recomendada uma terceira dose depois dessa idade, com intervalo mínimo de cinco anos da última dose.

Herpes Zoster – A vacina está licenciada para pessoas com 50 anos ou mais e é recomendada como rotina para maiores de 60 anos de idade, em dose única. Para aqueles que já tiveram Herpes Zoster, recomenda-se vacinar após 12 meses do evento

Casos específicos

Hepatite A – Indicada para quem teve contato com pessoas com hepatites A, em casos de surto ou após avaliação sorológica. Esquema de duas doses, com intervalo de seis meses.

Meningites ACWY – Indicada em surtos e viagens para áreas de risco. Esquema de dose única.

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – Indicada em surtos, viagens para  áreas de risco e outras situações de risco aumentado. Esquema de duas doses, com intervalo mínimo de um mês

 

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