Especialistas advertem: mantenha o cérebro em constante aprendizado

Aprender nunca é demais e faz com que nossa mente reaja positivamente diante do inevitável envelhecimento do corpo

A dona de casa Odete Peixoto, de 74 anos, é uma dessas idosas superativas, do tipo que acorda cedo e já está pronta para fazer uma série de tarefas domésticas. Entre um intervalo e outro, ela preenche os quadradinhos de palavras-cruzadas que o filho compra todos os meses.

É ela quem garante: “parece pouco, mas as palavras-cruzadas me ajudam na memorização, desenvolve meu conhecimento e me preenche um tempo que estaria ocioso”, diz.

Dona Odete está certa. De acordo com a neuropsicóloga Patrícia Abu Kamel, que atende pela MedSênior, pequenas atitudes diárias podem tornar o cérebro mais ativo, estimulando a constante formação de sinapses, ligações ou estímulos entre neurônios, células musculares ou relacionadas às glândulas.

“Costumo orientar meus pacientes a estimular todos os sentidos para mantermos uma mente saudável. Sentir novos paladares e aromas, texturas diferentes, ouvir músicas, exercitar o corpo. São caminhos simples, que se seguirmos de maneira disciplinada, trabalham nossa flexibilidade mental e todas as demais funções que existem em nosso cérebro”, pontua.

Ainda de acordo com a Dra. Patrícia, o cérebro humano é um dos processadores mais poderosos do mundo, sendo capaz de fazer a leitura das informações recebidas, analisá-las com base em uma vida inteira de experiência, e apresentá-las para nós em meio segundo.

Para manter a mente ativa, o principal recurso é desafiar seu cérebro com novas atividades: jogos, palavras-cruzadas e aplicativos de treino cognitivos são excelentes para manter nossa cabeça em bom funcionamento. Evite manter apenas uma ou duas atividades diárias, logo o cérebro se acomoda naquela tarefa e ela deixa de ser um desafio”, completa.

Com mais de 75 anos de idade, o psicanalista Ítalo Campos conta que foi justamente a sua inquietação mental, sempre buscando perguntas e respostas para as questões humanas, que o trouxeram até aqui cheio de lucidez.

“O desejo de viver é muito mais importante que viver propriamente dito. O sujeito social  precisa de estímulos, de um sopro de vida que o faça querer sair de casa, aprender, dançar, ler, enfim, a ser exatamente o que se espera dele: um ser da sociedade. Quando isso se rompe pelo medo da velhice, chega o declínio do cérebro”, afirma.

Saiba mais

O cérebro é formado por 100 bilhões de células conhecidas como neurônios. Eles possuem ramificações que são chamadas de dendritos. Cada neurônio transmite informações que percorrem o corpo todo e o cérebro através dos axônios. Toda essa rede está em pleno funcionamento agora mesmo em você. Saber utilizá-la é o que faz com que você aprenda mais rápido.

A lentidão no processamento das informações representa a alteração mais evidente na velhice e exerce influência sobre todas as outras funções. Ela pode ser observada na dificuldade dos idosos em compreender textos e necessitar de explicações extensas e de mais tempo para realizar cálculos.

  • Jogos de memória

Jogos de estímulo mental são aliados ao aumento da qualidade de vida na população de faixa etária acima dos 60 anos, idade na qual os problemas de esquecimento começam a aparecer. Felizmente, grande parte da perda de memória é passível de tratamento, já que atividades mentais fazem com que áreas específicas do cérebro sejam estimuladas, contribuindo para aumentar o circuito e a conexão entre os neurônios. Jogos de cartas, leitura de livros, xadrez e dominó estão entre as tarefas que ajudam a melhorar a saúde mental.

  • Exercícios físicos

A cognição em idosos também é estimulada por meio de exercícios físicos, sobretudo aqueles que envolvem outras pessoas. Assim, idosos que praticam futebol, por exemplo, trabalham não só o corpo, mas também a mente. A atividade física libera hormônios como a endorfina, responsável pela sensação de bem-estar, e traz outros benefícios imediatos como o combate à osteoporose, prevenção de diabetes e controle da ansiedade e do estresse. Os exercícios mais recomendados são os aeróbicos, como caminhada e corrida, tênis, natação e exercícios coletivos como o futebol. Todos os exercícios devem ser indicados por um profissional da saúde e acompanhados por um professor de educação física.

  • Arteterapia

Um dos exercícios mais eficazes para estimular a cognição em idosos está relacionado ao incentivo da criatividade. Por isso, a arteterapia é uma boa pedida para valorizar a saúde física e mental do idoso. A arteterapia nada mais é do que um processo que conecta nosso eu interior com alguma forma de expressão artística. Trata-se de uma arte livre, ou seja, uma técnica que ajuda a liberar a expressão e a sensibilidade que todos temos em nosso inconsciente. A criação se dá por meio de desenho, pintura, colagem, escultura e também através da culinária, teatro e dança.

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