Novos equipamentos ajudam o idoso a fazer de uma simples caminhada até a organização de sua vida financeira
Parece ficção científica, mas em breve estará no mercado uma espécie de bengala para idosos que mede a pressão arterial, a temperatura, o pulso, e ainda faz rastreamento via GPS, caso o usuário se perca em uma de suas caminhadas matinais pelas ruas do bairro.
Para quem precisa tomar muitos remédios em horários e quantidades bem definidos, a empresa americana Vitality Inc. oferece as Glow Caps. São tampas de remédios com sensores e transmissores acoplados. Na hora de tomar o medicamento, uma luz acende sobre a cápsula. Se a tampa não for aberta, a GlowCap aciona sucessivos alarmes sonoros. Persistindo fechada, o sistema faz uma ligação automática para um telefone cadastrado.
É a tecnologia que chegou com força para melhorar a qualidade de vida de quem já entrou para o time da Terceira Idade, aqueles indivíduos que passaram dos 60 anos mas estão esbanjando vitalidade e disposição para aprender e dominar as inovações trazidas pela modernidade.
A bordo de um luxuoso carro importado, o empresário aposentado, Vitalino Belmiro, de 72 anos, não se diz intimidado diante do painel computadorizado de última geração. GPS de bordo, sistemas de chamada por voz ou câmbio automático tornaram-se aliados de uma direção mais segura e independente.
“No começo sempre é mais complicado, mas depois é só seguir os comandos que o aprendizado vem. E, nesse caso, aprender quer dizer liberdade de locomoção com segurança”, afirma.
Mas engana-se quem pensa que a tecnologia é só para os idosos com uma renda alta mensal. Nada disso. De aplicativos gratuitos para medir a pressão, passando por programas de controle financeiro e até mesmo a leitura de livros digitais baixados de graça, os idosos estão mesmo lançando mão das ferramentas da modernidade para se sentirem incluídos na sociedade.
É isso o que pensa a assistente social da MedSênior, Monica Thomes Batista, responsável pela vivência com idosos em tratamento do temido Alzheimer. Segundo ela, dominar planilhas, dirigir carros com tecnologia e interagir com os demais nesta sociedade digital garantem ao idoso, além de liberdade, uma constante sensação de aprendizado, evitando o envelhecimento acelerado.
“Minha sogra, de 77 anos, tem Instagram. Dominar tecnologias é avançar junto com a idade, atenuando os efeitos desses anos todos vividos. As ferramentas modernas vieram para aumentar a cognicidade, o aprendizado e a integração dos mais velhos”, observa.
Os números da tecnologia para idosos
A empresa AVG Technologies, do setor de segurança, descobriu que o Brasil é o país onde mais idosos têm celular. Mais de 80% do total da terceira idade têm aparelhos ligados à internet. Ainda de acordo com a pesquisa, 88% dos entrevistados idosos concordam com a afirmação “A Tecnologia melhorou minha habilidade de planejar viagens” (maior número entre todos os países).
E, talvez o dado mais importante: 77% dos idosos que estão no mundo digital ou dominam novas tecnologias se dizem mais felizes, mais integrados à sociedade, à família e ao lugar onde moram, fortalecendo o sentimento de pertencimento.