Diferente de 20, 30 anos atrás, pessoas que chegam à Terceira Idade estão cada vez mais ativas e inseridas no cenário produtivo
Em 2012, a população com 60 anos ou mais no Brasil era de 25,4 milhões. No ano passado os integrantes da Terceira Idade já somavam mais de 30 milhões de pessoas, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As estimativas do IBGE mostram ainda que aumentará não apenas o total de pessoas idosas, mas principalmente a participação delas no conjunto da população brasileira, passando de 8% em 2000 para quase 19% no ano de 2030.
E os números revelam uma realidade cada vez mais corriqueira: quem passou dos 60 anos está mais ativo, inserido no mercado de trabalho, frequentando academias, cursos, universidades e contribuindo com sua experiência para aprimorar as mais diversas áreas produtivas e do conhecimento.
Mas por que tanta gente chega cada vez com mais lucidez e disposição à Terceira Idade? Para o médico geriatra e diretor de Medicina Preventiva da MedSênior, Roni Chaim Mukamal, a explicação está no aumento da expectativa de vida da população que, com a tecnologia, novos medicamentos e tratamentos, chega à Terceira Idade com muita vitalidade.
“Além dessa expectativa de longevidade, os novos idosos estão se exercitando mais e se alimentando melhor. Isso eleva a expectativa de vida que, aliada à experiência acumulada, torna a terceira idade o momento ideal para continuar em plena atividade social”, afirma.
É exatamente o que vem acontecendo com a professora, bailarina e doutoranda, Ida Raichtaler do Valle. Com mais de 70 anos, ela é formada em Serviço Social, tem mestrado em Ciências Sociais, é professora de Sociologia Política e atua como aluna do renomado produtor Ivaldo Bertazzo.
“Ele trabalha a psicomotricidade humana, com foco no aumento da capacidade de concentração, organização do sistema cognitivo e intelectual. Isso nos disciplina e torna o uso do corpo uma atividade continua”, explica.
Ainda de acordo com o médico Roni Chaim Mukamal, apesar de ser inevitável, o processo de envelhecimento pode ter um impacto menor na qualidade de vida do idoso com a adoção de práticas saudáveis.
“Pessoas que se cuidam, usam protetor solar, praticam exercícios físicos, mantêm uma dieta balanceada, têm mais chance de chegar à Terceira Idade com lucidez. O cérebro precisa de atividade, de exercícios, tanto quanto o corpo. Por isso é importante se manter em movimento”, alerta.
Projeto
Está em análise no Senado Federal o Projeto de Lei 154/2017, que cria incentivos para empresas na contratação de idosos. O projeto, de autoria do senador Pedro Chaves (PSC-MS) prevê que o empregador poderá deduzir da contribuição social o valor de um salário mínimo para cada semestre de contrato de trabalho.
O projeto estabelece ainda que o empregador poderá deduzir da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido o total da remuneração paga ao idoso.
Saiba mais
Em torno de 71% dos idosos registrados conseguem ter independência financeira. Eles são responsáveis por uma renda anual de R$ 243 bilhões, um poder de compra nada desprezível. Apenas 5% dos homens e 23% das mulheres dessa faixa da população declaram-se em dificuldades financeiras.
A maior parte da renda percebida pelos idosos, em torno de 49%, é originária de ganhos da Previdência. Em seguida, 39% dos rendimentos, são provenientes de trabalho. Receitas advindas de aluguéis representam 7% da renda anual declarada.