Alimentação saudável, prática de exercícios físicos e até a reposição hormonal diminuem os sintomas desta fase da vida da mulher
A dona de casa Suely Marta, de 55 anos, nunca se preocupou com a menopausa. O uso de álcool e cigarro, associado ao sedentarismo, tornou a chegada dessa fase um tormento para Suely, que hoje busca tratamento médico para diminuir o peso dos sintomas advindos das mudanças hormonais.
“Desde os 47 anos sinto muito calor, uma irritação sem qualquer motivo aparente, além de dores de cabeça e insônia. Isso afetou meu casamento, pois não entendia o por que de todas essas mudanças e com sintomas tão fortes”, revela.
A intensidade dos sintomas, de acordo com a médica endocrinologista da MedSênior Dra. Marina Cunha Silva Pazolini também está ligada aos hábitos e à rotina adquiridos durante a vida. “Chegar à menopausa é um desafio para todas as mulheres. Para algumas, os sintomas são mais leves, para outras, é um tormento. A redução da produção de estrogênio provoca uma desregulação do termostato normal do corpo, trazendo ondas de calor (fogacho), que afetam a mulher em cheio”, afirma.
O fogacho geralmente começa como uma súbita sensação de calor na parte superior do tórax e rosto, que rapidamente torna-se generalizada. A sensação de calor dura até quatro minutos e é frequentemente associada a uma transpiração abundante e, ocasionalmente, palpitações. Também são comuns a ocorrência de calafrios, tremores e um sentimento de ansiedade.
ESTUDO
O Hospital das Clínicas de São Paulo realizou um estudo durante 10 anos com cerca de seis mil mulheres brasileiras, com mais de 40 anos, e que já estavam na menopausa. Mais da metade delas estavam obesas ou com sobrepeso na idade da menopausa. Quase 50% das entrevistadas não faziam exercício físico, ingeriam bebidas alcoólicas ou eram tabagistas.
Essas constatações, de acordo com a Dra. Marina Cunha Pazolini, são importantes pois indicam o caminho que as mulheres devem seguir ainda na adolescência, adquirindo hábitos saudáveis, que terão reflexo no período que encerra a atividade reprodutiva da mulher.
“Envelhecer com qualidade de vida passa por uma alimentação saudável, exercícios físicos, ingestão de água e acompanhamento médico. Isso vale para prevenir vários problemas, não só a menopausa. Uma pele viçosa, cabelo com fios fortes e ossos resistentes na terceira idade são atributos da genética e de nossos hábitos desde que nascemos”, recomenda.
Reposição Hormonal
Ainda não é unanimidade, mas muitos médicos recomendam a Terapia de Reposição Hormonal ou Terapia de Substituição Hormonal. Um tipo de tratamento que diminui os sintomas típicos da menopausa, como ondas de calor, cansaço excessivo, secura vaginal ou queda de cabelos, por exemplo.
A terapia utiliza medicamentos que ajudam a repor os níveis de estrogênio e progesterona, diminuídos na menopausa, já que os ovários deixam de produzir quando a mulher entra no climatério e na menopausa.
A reposição hormonal pode ser feita na forma de comprimidos ou adesivo para a pele e a duração do tratamento pode variar entre dois a cinco anos, dependendo de mulher para mulher.
Fique por dentro
Existem dois tipos principais de terapias que podem ser indicadas pelo médico para fazer a reposição dos hormônios:
- Terapia com estrogênios: nesta terapia são usados medicamentos contendo apenas estrogênios como estradiol, estrone ou mestranol, por exemplo, sendo especialmente indicada para mulheres que tenham removido o útero.
- Terapia com estrogênio e progesterona: neste caso são usados medicamentos contendo progesterona natural ou uma forma sintética de progesterona combinada com um estrogênio. Esta terapia é especialmente indicada para mulheres com útero.
O tempo total de tratamento não deve exceder 5 anos, uma vez que este tratamento está relacionado ao aumento do risco de câncer de mama e de doenças cardiovasculares.
Menopausa
É o período fisiológico após a última menstruação espontânea da mulher. Nesse espaço de tempo estão sendo encerrados os ciclos menstruais e ovulatórios. O início da menopausa só pode ser considerado após um ano do último fluxo menstrual, uma vez que, durante esse intervalo, a mulher ainda pode, ocasionalmente, menstruar.
Climatério
É o nome dado ao período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da vida feminina, que acontece como consequência do esgotamento da função ovariana.