Exercícios ajudam a manter o coração forte depois dos 60

À medida que envelhecemos, não é só a pele que fica enrugada, os cabelos que ficam mais brancos. Internamente, alguns órgãos também mudam com o tempo. É o caso do coração. Sim, o coração do idoso bate diferente.

É natural do envelhecimento que o coração passe por alterações. Fica mais enrijecido. Ele se contrai, mas não relaxa tanto como acontece quando somos jovens. Os vasos vão ficando mais calcificados. O que não quer dizer que o idoso tem um coração fraquinho. Muitos têm o coração mais forte que muitos jovens”, diz o cardiologista da Medsênior, Bruno Pazolini.

Assim como buscamos o exercício para ficar em forma, deveríamos pensar em como a atividade física ajuda a deixar o coração firme e forte. Malhando, caminhando, pedalando ou dançando, o importante é se mexer.

Na hora de escolher a atividade física, o idoso deve se preocupar primeiro em passar por um médico. “ É importante procurar um cardiologista para fazer uma avaliação clínica e uns exames. Se estiver tudo bem, a pessoa é liberada para fazer uma atividade, que pode ser caminhada, natação, andar de bicicleta, fazer academia… O ideal é fazer pelo menos 30 minutos de atividade diariamente. Qualquer atividade. Os benefícios são de curto e de longo prazo”, orienta.

Aeróbica no Centro de Convivência em Jardim Camburi, com Janete Félix ao fundo, de preto

Os exercícios ajudam muito no controle da hipertensão arterial. “Uma vez que a pessoa inicia a atividade, esse tipo de problema melhora muito. Muitos pacientes chegam a reduzir a quantidade de remédio a tomar. Outros até deixam de precisar da medicação”, afirma o médico.

Além disso, atividades físicas geram fortalecimento cardiovascular, ganho de massa muscular, melhoram a postura e ajudam a proteger articulações, reduzindo dores lombares e reduzindo lesões em joelhos e quadril, por exemplo. O ideal, segundo Pazolini, é alterar a atividade aeróbica com outras de fortalecimento muscular.

É a receita seguida pela aposentada Janete Félix, de 63 anos. Moradora de Jardim Camburi, em Vitória, ela frequenta o Centro de Convivência do bairro, que oferece diversas atividades para a turma da terceira idade. “Cheguei a resistir a entrar para o Centro de Convivência. Mas agora não consigo ficar sem. Faço musculação e aeróbica. A turma é muito unida”, comentou ela.

Lauracy Peron, de 80 anos, não abre mão de manter a forma (Divulgação)

Quem vê dona Lauracy Peron Vianna não acredita que ela tem 80 anos Está mais em forma do que muita gente com metade da idade dela. “Acho que é o DNA. Sempre fui magra. Minhas filhas são do mesmo jeito”, comenta ela, brincando.

Certamente não é só genética que favorece dona Lauracy. Há anos ela faz pilates duas vezes por semana, em um estúdio de Pilates, na Praia da Costa, em Vila Velha. “É ótimo. Alongo bastante, faço agachamentos. Tudo direcionado para que eu não force o joelho, que já operei anos atrás”, diz ela.

Fora isso, não tem segredo: “Não fumo, bebo raramente. E tenho um astral bom. Isso ajuda, né?”, diz a idosa.

Ajuda sim!. Ter bom humor faz bem ao coração. “Tem que cuidar do lado emocional também. O estresse libera compostos químicos que caem na corrente sanguínea e podem gerar picos de pressão e outras alterações”, garante o cardiologista da Medsênior.

Problemas mais comuns em idosos

Alguns problemas no coração são comuns na terceira idade. O médico cardiologista da Medsênior Bruno Pazolini cita a fibrilação atrial. “É um tipo de arritmia mais comum no idoso. A pessoa sente palpitações, tontura. Se não cuidar, pode sofrer um acidente vascular cerebral”.

A aterosclerose também costuma marcar presença nos mais velhos. É quando placas de gordura e outras substâncias vão se aderindo à parede das artérias, podendo levar ao entupimento delas. “Ao longo da vida, todo mundo vai ter certo grau desse problema, o que não quer dizer que levará a doença. A preocupação é quando há uma obstrução significativa”, aponta Pazolini.

Mas para evitar que esse órgão tão vital fique doente, os cuidados devem começar muito antes dos 60 anos. O que significa, segundo o médico, manter bons hábitos de saúde ao longo da vida: fazer atividade física regularmente, ter uma alimentação equilibrada, não consumir bebida alcoólica em excesso, não fumar, ter um sono adequado e por aí vai.

Quando se fala em prevenção de doenças do coração, tem que pensar como se fosse uma poupança. É preciso investir desde cedo nos cuidados com o corpo para lá na frente colher os frutos”, comenta o cardiologista.

SAIBA
  • Faça exercícios

Se você sempre fez uma atividade física, continue assim. O corpo tem memória muscular e, mesmo parando por um tempo, você não perderá seu condicionamento físico. Mas se passou os últimos anos sedentário, nunca é tarde para começar o exercício. Primeiro, procure um cardiologista para fazer exames e conhecer a saúde do coração antes de cair na malhação.

  • Atividade certa e com acompanhamento

Depois de liberado para se exercitar, busque um profissional da Educação Física para ajudar na escolha da melhor atividade, dentro do seu perfil e condicionamento físico, e para acompanhar o desenvolvimento. O ideal é alternar atividades aeróbicas, que trabalham a parte cardiovascular (pedalar, caminhar, fazer hidroginástica etc) com alguma outra de fortalecimento muscular (musculação, pilates, ioga etc)

  • Faça exames

Visite pelo menos uma vez ao ano um médico para fazer os exames de rotina, incluindo os exames cardiológicos. Se há alguma doença crônica, como diabetes, é fundamental mantê-la sob controle para evitar danos ao coração

  • Cuide da saúde emocional

Para o coração manter-se saudável, é importante estar com a saúde mental em equilíbrio. Evite estresse, ansiedade, que causam doenças que afetam o coração. Busque atividades de lazer que ajudem a relaxar. Pode ser um crochê, pintura, leitura, por exemplo. E faça parte de um grupo social, como na igreja, no centro de convivência. Fuja do isolamento, afastando males como a depressão

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