Modelo inovador na área de saúde

Por meio de uma iniciativa de negócio inovadora e baseada no modelo cooperativista, a Unimed Sul Capixaba, uma das quatro operadoras que formam a Unimed Federação Espírito Santo, vai garantir ao público de Cachoeiro de Itapemirim e cidades vizinhas atendimento em um dos hospitais mais modernos da região a partir do ano que vem.

 

Já se encontram bem adiantadas as obras de construção do novo hospital da cooperativa, empreendimento viabilizado por meio de um Fundo de Investimento Imobiliário que contou com os médicos associados da cooperativa como cotistas.

 

A obra tem previsão de finalização ainda neste ano, com o começo das operações no primeiro trimestre de 2020. A unidade está localizada no bairro União e será capaz de atender a procedimentos de média e alta complexidades. O presidente da Unimed Sul Capixaba, Leandro Baptista Pinto, destaca que a nova unidade é fruto da união cooperativa dos associados.

 

 

“Primeiro captamos recursos por meio de cotas do fundo imobiliário junto aos nossos médicos cooperados. Depois tivemos participação do Sistema Unimed e de empresários da região. A obra foi iniciada com 100% dos recursos já captados, o que garante mais segurança e uma maior velocidade em sua conclusão, além de não endividar a cooperativa”. O investimento total supera R$ 72 milhões.

 

 

A iniciativa, pioneira no país, foi premiada no Simpósio Unimed 2018, na categoria Gestão Administrativa e Financeira. O projeto executivo do empreendimento também foi destaque no XIII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, maior premiação da área da América Latina.

 

“Além de cada cotista receber um aluguel predeterminado pelos próximos 20 anos, o novo hospital vai gerar renda e trabalho para os médicos cooperados, além de garantir um melhor atendimento ao nosso cliente”, afirma o presidente da cooperativa, que completa 30 anos de operação neste ano.

A unidade oferecerá, em sua primeira fase, 122 novos leitos, dez salas cirúrgicas e os serviços de oncologia e diagnóstico por imagem. O hospital terá capacidade de crescimento modular em etapas futuras, podendo ser expandido para 250 leitos em uma segunda fase e ganhar até 400 leitos em um terceiro momento.

Mais investimentos

As singulares do Sistema Unimed têm colhido conquistas e bons resultados. Atendendo a 16 municípios com uma rede de mais de 260 médicos cooperados, a Unimed Noroeste Capixaba completou 25 anos no ano passado com destaque para a capacitação dos cooperados e dos colaboradores, participação em projetos de sustentabilidade e promoção à saúde, ampliação do pronto-socorro e instalação da academia popular Unimed.

 

Para 2019, o objetivo é aprimorar a liderança e excelência na promoção à saúde. Entre os principais projetos está a expansão do hospital próprio, localizado em Colatina, com a ampliação em cerca de 40% no número de leitos.

 

Já a Unimed Norte Capixaba, presente em 14 municípios e com um quadro de 333 médicos cooperados, estuda a ampliação do seu hospital, localizado em Linhares. A cooperativa inaugura neste ano o novo espaço Viver Bem, serviço que oferece atividades planejadas e orientadas para promoção da saúde e prevenção.

PLACAR

Unimed no Estado

500 mil clientes

3.599 médicos cooperados, além de outros 3.895 colaboradores

“O que diferencia uma cooperativa de outros tipos de organizações  empresariais é que os cooperados prestam serviços e são os donos do negócio. A renda é proporcional à produção. Ou seja, quem trabalha mais ganha mais” – Alexandre Ruschi, Presidente da Unimed Federação ES

 

Meta da Unicred é dobrar número de cooperados

 

A Unicred do Espírito Santo, que atualmente oferece serviços e soluções financeiras, principalmente, para profissionais da área médica, pretende expandir seu público, dobrando o número de cooperados em um  ano,  com a oferta de serviços prime.

 

De acordo com o superintendente da cooperativa, Alberto Teixeira Jardim Júnior, a Unicred tem 1,2 mil cooperados, e atua em quatro cidades: Cariacica, Serra, Vitória e Vila Velha. “Nossa projeção é ter pelo menos mais 5 a 8 agências espalhadas pela Grande Vitória em um prazo de até 5 anos. Queremos que elas tenham um modelo de menor custo de operação, com eficácia comercial maior, e que sejam modernas”, conta.

 

Já o diretor-presidente da cooperativa, Dionísio Avanza Filho, explica que a Unicred tem a convicção de que o cooperativismo de crédito é o instrumento financeiro mais justo e transparente que existe. “Como instituição financeira cooperativa, não visamos diretamente o resultado, embora isso naturalmente aconteça, mas primordialmente buscamos oferecer orientação financeira isenta e atender às necessidades de produtos e serviços”, aponta.

 

Projeto para investir em unidades próprias

 

O Hospital  de Cachoeiro de Itapemirim faz parte de um planejamento estruturante da cooperativa, que prevê investimentos em unidades próprias de atendimento. Nos últimos anos, foram criadas a Maternidade Unimed, a Unimed Oncologia, o Laboratório Unimed e o Pronto-Atendimento, entre outros.

 

De acordo com o presidente da Unimed Federação Espírito Santo, Alexandre Augusto Ruschi Filho, a cooperativa é líder no mercado de planos de saúde estadual, graças ao seu modelo cooperativista. Hoje, 33% dos médicos ativos no Espírito Santo são cooperados Unimed.

“Isso gera um comprometimento muito maior dos nossos associados. O cooperativismo é a ausência formal da intermediação entre o trabalhador – neste caso o médico cooperado -, com o cliente. Esse complexo integrado de atenção à saúde oferece o máximo de qualidade, conforto e bom atendimento”, afirma o presidente.

 

A Unimed está presente em 100% dos municípios capixabas, por meio de suas quatro singulares: Unimed Vitória, Unimed Sul Capixaba, Unimed Noroeste Capixaba e Unimed Norte, além da prestadora Unimed Piraqueaçu, ligada à unidade da Capital.

 

Líder no Espírito Santo, a Unimed Vitória tem mais de 40% de participação no setor e chega a quatro décadas de atuação com uma carteira de mais de 340 mil clientes, 2.500 cooperados e outros 2.500 colaboradores. São mais de 2 milhões de consultas e cerca de 323 mil atendimentos por ano.

 

Atenção primária

Um dos projetos da cooperativa é a construção de um modelo focado na atenção primária de saúde, o Unimed Personal. “Essa modalidade de assistência médica resgata a relação médico-paciente, com foco na promoção da saúde e na sustentabilidade do negócio”, assinala o diretor-presidente da Unimed Vitória, Fernando Ronchi.

 

Seguindo a linha de cuidado integrado, a cooperativa oferece, ainda, sem custo adicional, o Viver Bem Unimed, em que o paciente participa de grupos, consultas, oficinas, palestras e cursos que auxiliam na busca por uma vida mais saudável. O número de atendimentos anual nesse programa já passa de 145 mil.

“A obra foi iniciada com 100% dos recursos já captados, o que garante mais segurança e uma maior velocidade em sua conclusão, além de não endividar a cooperativa” – Leandro Baptista Pinto. Presidente da Unimed Sul Capixaba

Espaço Aberto Para Elas

Assim como no meio empresarial, cada vez mais as mulheres estão conquistando espaço, voz, voto e cargos de comando no cooperativismo. Estima-se que, em nível nacional, cerca de 40% dos membros de cooperativas sejam mulheres.

Muitas delas desbravaram caminhos há décadas, quando termos como “empoderamento feminino” nem existiam.

Foi dentro deste contexto que a funcionária pública Maria Jane Pereira ajudou a fundar, em 1995, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Públicos do Município de Vitória (Coopsmuv) – que depois se tornaria Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores dos Municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (Coopmetro) – entidade que ela viria a se tornar presidente, há  22 anos.

 

“Vivemos em um país administrado por homens. Há 20 anos, eu era a única mulher na atuação direta na entidade. O setor de cooperativas de crédito naquela época era totalmente masculino. Hoje, as mulheres já são maioria”, pondera a presidente da Coopmetro.

 

Segundo Maria Jane, em qualquer evento cooperativista realizado hoje, a presença feminina é marcante. “A luta da mulher por espaço faz parte do lema do cooperativismo”, lembra.


Maria Jane Pereira ajudou a fundar a cooperativa que dirige há mais de duas décadas

 

Em algumas cooperativas, a gestão já é majoritariamente feminina. Fundada há 26 anos por pais de alunos para criar e manter uma escola de ensino infantil e fundamental, a Cooperativa Educacional de São Gabriel da Palha (Coopseg) é gerida por três mulheres: a presidente Drayze Piske, a secretária administrativa Simone Rigo e a diretora financeira Camila Andrade.

 

Os desafios de gerenciar a instituição, mantê-la no mercado e procurar a cada ano buscar inovações que venham a contribuir para a melhoria dos resultados, por si só, já torna a gerência um ato de extrema complexidade, independentemente da questão de gênero, como explica a presidente da Coopseg.

 

“Da mesma forma que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaços no mercado de trabalho, o cooperativismo também vem ganhando cada vez mais cooperadas. Acredito que cooperativismo seja não só o motor para a geração de novos empregos para as mulheres, mas também o melhor caminho para que isso ocorra”, afirma Drayze.

A Coopseg é gerida por três mulheres: a presidente Drayze Piske, a secretária administrativa Simone Rigo e a diretora financeira Camila Andrade

Agência feminina

Quem vai à agência do Sicoob da Praia da Costa, em Vila Velha, percebe uma peculiaridade na equipe: um time formado somente por mulheres é responsável por todo o atendimento aos clientes na unidade, que foi aberta no início deste ano.

 

O diferencial já é notado na chegada ao local. São duas as vigilantes responsáveis pela segurança. Lá dentro, toda a parte de serviços,  como abertura de contas e consultoria, também é feita por funcionárias.

 

E a atuação feminina no Sicoob não para por aí. Em todo o Estado, entre os 14 membros da diretoria, seis são mulheres. Uma delas é a superintendente institucional, Sandra Rosa Kwak.

 

“O ambiente cooperativista é fértil para o trabalho feminino”, diz Sandra, observando que 64% da equipe do Sicoob é composta por mulheres. Elas são, também, 40% dos associados pessoa física.

Sandra Rosa Kwak, do Sicoob: 64% da equipe da cooperativa é composta por mulheres

 No DNA

Aos 36 anos, Fabrícia Colombi pode afirmar que tem o cooperativismo no seu DNA. José Colombi Filho, seu pai, foi um dos primeiros associados da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), além de ter sido sócio-fundador do Sicoob Norte.

 

Desde cedo, ela e suas quatro irmãs convivem com o movimento cooperativista dentro de casa. Tal proximidade fez com que ela assumisse o legado do pai na gestão da entidade.

 

Sócia da cooperativa desde os 14 anos, Fabrícia está atualmente em seu terceiro mandato no Conselho Administrativo da Cooabriel, a única mulher entre os nove conselheiros. “Entrei na cooperativa como estagiária, aos 18 anos. Passei pelo atendimento ao produtor, pelo setor administrativo, financeiro, e participei do comitê especial de assuntos eleitorais”, recorda.

 

Para Fabrícia, o incentivo do pai, que morreu em 2016, foi fundamental para a participação dela na gestão de uma cooperativa e principalmente na criação de conceitos para burlar o machismo.

“Meu pai era um homem com uma cabeça moderna e atual. Era um visionário. Teve cinco filhas, e sempre incentivou a igualdade entre homens e mulheres. O preconceito com a mulher existe na sociedade, mas o  cooperativismo preza pela igualdade na participação de todos”, afirma.

 

Fabrícia destaca, ainda, a criação, há dez anos, do Núcleo Feminino da Cooabriel, o primeiro entre as cooperativistas do Espírito Santo. Atualmente com cerca de 60 mulheres, entre sócias, esposas e filhas de associados da cooperativa, o núcleo nasceu inspirado em um modelo vindo do Rio Grande do Sul. Por meio  de reuniões mensais, o grupo ajuda a fomentar projetos de geração de renda e participação feminina nas atividades da cooperativa.

 

“O grupo foi criado para incentivar a inserção das mulheres no ambiente do cooperativismo e o desenvolvimento pessoal e profissional das integrantes. As ações oferecem aprimoramentos, por meio de cursos práticos, treinamentos, reuniões mensais, vivências, intercâmbios, dias de campo, entre outros”, explica.

Bairros Erguidos Pela Força Da União

Com o adensamento populacional que vemos hoje na Grande Vitória, é até difícil imaginar que, não faz muito tempo, a ocupação da região se concentrava nas áreas centrais. As cidades foram avançando por novos espaços e bairros inteiros foram criados e se desenvolveram a partir de investimentos promovidos por cooperativas habitacionais.

 

Jardim da Penha, em Vitória; Parque das Gaivotas, em Vila Velha; e Laranjeiras, na Serra, são apenas alguns dos exemplos que demonstram a relevância desse modelo de organização, que possibilita a associação de pessoas interessadas na construção de um empreendimento imobiliário. Começaram como pequenos conjuntos residenciais e tornaram-se polos de desenvolvimento econômico, com variada oferta de comércio e serviços.

 

“Temos que pensar em locais que ainda não foram considerados no mercado, com áreas pouco utilizadas. A cooperativa sai desbravando e valoriza a região. Vamos pavimentando a estrada para os outros que vêm atrás”, ressalta  Aristóteles Passos Costa Neto, presidente do Inocoopes – cooperativa  há quase 51 anos em atividade.

 

Nos primeiros empreendimentos, o senso de comunidade era um aspecto que mobilizava bastante quem ingressava em cooperativas, para que, com a ajuda de cada um, todos pudessem se beneficiar e adquirir a sonhada casa própria. E, até pela pouca experiência do ambiente condominial, esses projetos estavam vinculados a um programa de desenvolvimento comunitário.

 

“Após a entrega do imóvel, ficávamos de seis meses a um ano com esse programa para orientar os moradores sobre questões da vida em condomínio, como usar a garagem correta e recolher o lixo no momento adequado. Isso, claro, já não é mais necessário hoje”, relembra Costa Neto.

 

A passagem dos anos trouxe mudanças, e para melhor. A partir da década de 1990, o Inocoopes – que, até então, utilizava o financiamento bancário – passou a trabalhar com o autofinanciamento, que exclui a participação do agente financeiro.

 

A negociação é feita diretamente entre cooperados e cooperativa. Como as cooperativas não visam lucro, não há juros. O único indicador que incide sobre as parcelas é o CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil), que determina o custo global de qualquer obra, erguida por cooperativa ou não.

 

Para a analista de desenvolvimento Enia Viana Vieira Lima, 30, e o marido, o técnico em eletrotécnica Alan da Silva Lima, 29, pesou a favor da cooperativa o custo final menor do imóvel e o prazo de pagamento mais rápido.

 

“No financiamento bancário, ficaríamos muito tempo pagando (35 anos) e, ao final, iríamos desembolsar um valor triplicado em razão dos juros. No Inocoopes, a parcela é até um pouco maior, mas vamos quitar em 90 meses (sete anos e meio), sem juros. Foi a melhor escolha que fizemos”, compara.

 

O casal já está curtindo o novo lar, em Jardim Camburi, com o filho Ricardo. O melhor é que, em 2020, o imóvel estará  quitado. “Já estamos nas parcelas finais. É muito gratificante saber que, aos 30 anos, temos um imóvel nosso”, comemora a analista.

Enia e Alan já curtem a casa nova com o filho Ricardo

Etapas

 

No Inocoopes, os condomínios são divididos em blocos, construídos por etapas. À medida que vão ficando prontos, parte das unidades é destinada a quem dá lances, parte por meio de sorteio. Essas entregas começam a ser feitas a partir do 30º mês do financiamento.

E foi com um lance que a fotógrafa Maressa Moura Zamprogne, 33, conseguiu a chave do seu primeiro apartamento. Ela e o marido, Gustavo Nicchio Zamprogne, 34, também fotógrafo, se surpreenderam com a burocracia zero da cooperativa. “Não precisamos comprovar renda. Não ter contato com banco e aquele monte de juros foi algo que me atraiu”, ressalta.

“Foi a melhor escolha que fizemos. É muito gratificante saber que, aos 30 anos, temos um imóvel nosso” Enia Viana Vieira Lima,  analista de desenvolvimento

História

Em 1964, foi criado o Banco Nacional da Habitação (BNH), cujo objetivo era,  por meio de cooperativa, possibilitar à população de classe média e média baixa a aquisição de imóveis de qualidade, com preço final abaixo do mercado.

Quatro anos depois, foi fundado o Inocoopes, cooperativa habitacional com a mesma finalidade

Em 1972, foi lançado o primeiro empreendimento, voltado para os bancários, em Jardim da Penha, Vitória. Em Vila Velha, o processo de expansão aconteceu com o lançamento de conjuntos habitacionais em Jardim Asteca e Jardim Colorado. Um pouco mais tarde vieram Coqueiral de Itaparica e Parque das Gaivotas.

Todos são exemplos de bairros criados a partir dos empreendimentos do Inocoopes. Via de regra, para ter custo menor, buscava-se áreas mais afastadas para a construção. Assim, a cooperativa ajudou, com seus projetos, no desenvolvimento da Grande Vitória.

 

No início da década de 1990, o Inocoopes parou de utilizar financiamento bancário e decidiu adotar outro formato, de autofinanciamento das cooperativas, até hoje vigente. São empreendimentos sem financiamento bancário, portanto, sem juros.

 

 

Jardim da Penha, um dos maiores bairros do Estado, nasceu do cooperativismo, que influenciou a cultura dos moradores

 

 

Com a experiência  de quem já produziu 41 mil unidades habitacionais, o Inocoopes está lançando mais um empreendimento em Jardim Camburi, em Vitória, e analisa novos projetos em Vila Velha e Guarapari.

 

Na Capital, o foco está direcionado para o Reserva de Camburi, condomínio de 360 apartamentos de dois quartos, com uma suíte. “A localização é privilegiada, perto de tudo, em frente a shopping, supermercado. Jardim Camburi é um bairro com um apelo comercial muito grande”, observa Aristóteles Costa Passos Neto, presidente do Inocoopes.

 

O novo empreendimento, que está na planta e em fase de captação de interessados (mais de 600 já se manifestaram), terá área de lazer completa em cada uma das cinco torres. Piscina, churrasqueira, espaço fitness e brinquedoteca serão entregues mobiliados.

Cinco torres e lazer em  novo empreendimento

 

Mesmo em um momento econômico no país ainda instável, que afetou bastante o setor da construção civil, Aristóteles Neto revela que o Inocoopes continua a identificar áreas de demanda e a desenvolver projetos. A cooperativa estuda novos investimentos em Itaparica, Vila Velha, e na Praia do Morro, em Guarapari.

 

 

As Pessoas Sempre Em Primeiro Lugar

Segundo a avaliação dos 1,6 mil funcionários, na pesquisa “Great Place to Work” (GPTW), o Sicoob Espírito Santo é um ótimo lugar para trabalhar. A GPTW é uma espécie de selo de qualidade das empresas e leva em conta principalmente dois critérios: os índices de qualidade do ambiente de trabalho e de gestão de pessoas. Somados, os dois formam o chamado Índice de Felicidade do Trabalho.

 

“O reconhecimento é fruto da dedicação em prol do objetivo principal do cooperativismo: a união de pessoas por um ideal comum. E só com um ambiente de trabalho saudável, que valoriza o colaborador, é possível conquistar isso”, avalia a superintendente institucional do Sicoob ES, Sandra Kwak.

 

Para a superintendente, a certificação vai incentivar o desenvolvimento das estratégias de gestão de pessoas. Além disso, deve contribuir para atrair e reter novos talentos na cooperativa de crédito que, em 2018, foi o 3º maior grupo empresarial do Estado.

 

Periodicamente, a instituição destina recursos para aperfeiçoar as instalações físicas, a tecnologia e os sistemas de gestão de pessoas. Além disso, também são realizados programas de melhoria da saúde, da produtividade e do engajamento da equipe.

 

Entre os diferenciais do Sicoob está a possibilidade de crescer, somada à oportunidade de fazer cursos que agreguem novas competências, como explica Sandra Kwak: “O foco no desenvolvimento da equipe e em um clima organizacional motivador é vital para o aperfeiçoamento das soluções que ofertamos aos associados e para o alcance de resultados satisfatórios.”

 

A supervisora de Desenvolvimento Humano do Sicoob, Giovanna Barelli, aponta que valorizar os profissionais é fundamental para se ter um bom ambiente de trabalho. “Metade dos jovens que entram no Sicoob por meio de estágio são contratados ao final do período de aprendizagem. Para se ter uma ideia, no ano passado, os estagiários ocuparam 28% do total de vagas geradas na cooperativa”, comenta.

 

Diferenças Culturais

Um dos principais desafios do Sicoob na atualidade é conciliar as diferenças culturais no ambiente de trabalho. A cooperativa está presente em 71 dos 78 municípios do Espírito Santo e em mais 12 cidades no Rio de Janeiro, e cada colaborador tem hábitos distintos, devido às peculiaridades da sua região.

 

“Cada vez mais o nosso trabalho se baseia na integração desses profissionais. Quando expandimos para o Rio, notamos ainda mais essas singularidades.” Assim que os profissionais são contratados, eles passam por um treinamento de integração na sede da cooperativa de crédito, em Vitória.

 

Outra estratégia usada é levar alguns profissionais que estão há mais tempo na cooperativa para trabalhar nas novas unidades, misturando os funcionários mais novos aos já experientes.

Ricardo, Nandiny e Adriana destacam as oportunidades de crescimento que tiveram na cooperativa e o clima de trabalho voltado para o estímulo ao colaborador

Orgulho 

“Me sinto bem trabalhando aqui, consigo mostrar meu trabalho e crescer com a cooperativa”, conta Ricardo de Castro Romualdo, 38 anos, expressando o sentimento que é o da maioria dos seus colegas.

 

Ricardo é supervisor de TI, mas começou a atuar na instituição em 2009 como analista da área. “Cheguei em um momento de reestruturação da cooperativa. Comecei a apresentar soluções e projetos para melhorar a área de tecnologia da informação e depois de algum tempo fui promovido”, lembra.

 

Segundo ele, uma das maiores diferenças que sentiu com relação aos outros locais onde atuou foi o trabalho em conjunto. “O espírito de cooperativismo está em todos os lugares”, comenta.

 

Já Nandiny Enyd Cuel, 39 anos, é analista administrativo e chegou à  empresa antes de Ricardo, em 2006. Sua primeira ocupação foi como secretária da diretoria. “Em 2013, sinalizei que queria uma oportunidade em outro setor e comecei a atuar no administrativo. Somos valorizados e estimulados a crescer”, afirma.

 

A analista financeiro Adriana Delesposte Kefler de Assunção, 33 anos, começou como caixa em uma agência de Domingos Martins, em 2005. Mas, em 2011, decidiu embarcar em uma nova jornada. “Meu marido recebeu uma oportunidade de trabalhar em Vitória e pedi para ser transferida. Fiquei na área de cobrança e depois voltei para o financeiro, onde estou até hoje. Tenho orgulho de dizer que trabalho com amigos”, conta.

PLACAR

28% das vagas

Foi o percentual de postos de trabalho abertos em 2018  ocupados por estagiários que foram efetivados na cooperativa

 

Jogo de tabuleiro em treinamento

O sistema cooperativo é simulado no jogo
 e também com a utilização de um ambiente virtual

O Sicoob  criou um programa de treinamento em que uma das etapas do curso – que dura quase um ano – utiliza um jogo de tabuleiro e um banco de informações em um ambiente virtual para que os funcionários tenham uma visão mais ampla e estratégica do cooperativismo.

 

“Os funcionários aprendem a ver além da agência onde trabalham e começam a entender como é o dia a dia de uma cooperativa. Durante esse treinamento precisam montar ações estratégicas para aquele negócio”, pontua Giovanna Barelli, supervisora de Desenvolvimento Humano do Sicoob.

 

Um jogo virtual simula o mundo real. Nele, o jogador consegue criar uma cooperativa, participar do processo de eleição do presidente da instituição, estruturar a unidade, gerar e ver os resultados, realizar fusões e outros processos que envolvem o cooperativismo.

 

“Um mundo on-line foi criado, com municípios fictícios,  população estimada e dados sobre a economia local,  para dinamizar e complementar o jogo de tabuleiro”, explica.

 

O primeiro grupo a participar desse treinamento é composto por 24 profissionais, que iniciaram os estudos em maio e devem terminar em dezembro. “Ao final desse programa, oferecemos também uma certificação internacional de consultor financeiro. Eles ficam três meses em sala com jogos. Também passam por capacitação de gestão de pessoas e fazem uma prova para conseguir a certificação”, disse.

 

PLACAR

85% dos profissionais

Foi o número de funcionários da cooperativa que participaram de algum curso presencial no ano passado

 

Mais 12 agências em dois estados até o final do ano

A expansão vai acontecer no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

Neste ano, já foram inauguradas seis agências nos dois estados

 

O Sicoob Espírito Santo está em expansão para atender a demanda crescente dos seus clientes e colaboradores. Neste ano, já foram inauguradas seis agências, sendo três no Rio de Janeiro e outras três no Estado. E, até o final do ano, devem ser abertas mais 12 unidades nos dois estados.

 

Atualmente, o Sicoob é o maior sistema de cooperativa de crédito do Brasil, e opera 126 unidades no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Nos últimos dez anos, o número de associados mais do que triplicou, passando de 92 mil, em 2009, para 303 mil neste ano.

 

Outro resultado positivo foi o crescimento do ativo da instituição financeira, que passou de R$ 1 bilhão para

R$ 7 bilhões no período.

 

História

O Sicoob começou suas atividades há 30 anos para atender ao homem do campo, que precisava de crédito para subsidiar suas plantações, mas tinha dificuldade de acesso às instituições financeiras tradicionais.

 

“Naquela época, era difícil obter crédito para a agricultura. Então, nós nos empenhamos para constituir o Sicoob e trazer esse produto para os associados”, lembra o presidente do Sicoob ES, Bento Venturim, que dirige a cooperativa desde o início.

Hoje a cooperativa continua com o foco na operação de crédito aos agricultores, mas também expandiu sua cobertura. Criou linhas de empréstimos e oferece produtos básicos das agências bancárias. A instituição conta com  produtos e serviços tanto para empresas como para pessoas físicas.

Já os associados, que são donos do negócio, participam dos resultados e dispõem de tecnologia que facilita as movimentações financeiras. Além disso, investe na tecnologia para dinamizar o atendimento ao cliente, como aplicativos e soluções digitais.

Nova agência em Vitória: o Sicoob é hoje a maior cooperativa de crédito do Brasil

Sicoob em números

  • R$ 2,9 bilhões investidos no agronegócio nos últimos 5 anos
  • Mais de R$ 720 milhões liberados do Funcafé nos últimos 5 anos
  • Mais de R$ 1,3 bilhão em retorno para associados nos últimos 5 anos
  • R$ 1,6 bilhão de Patrimônio Líquido
  • 3º maior grupo empresarial do Estado em 2018
  • 6 agências inauguradas até maio de 2018: Campos dos Goytacazes, Macaé e Araruama, no Rio de Janeiro; e Avenida Vitória (Vitória), Goiabeiras (Vitória) e Praia da Costa (Vila Velha), aqui  no Espírito Santo.
  • Mais 12 agências até o final do ano, sendo 6 no Espírito Santo e 6 no Rio de Janeiro. (No Estado: Serra, Linhares, Vila Velha, Vitória e Mantenópolis. No Rio de Janeiro: Maricá, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis).

 

 

Uma Forma Mais Sustentável De Produzir

A economia compartilhada, ou colaborativa, está mudando o mundo. Plataformas on-line, como Uber e Airbnb, assim como serviços de compartilhamento de bicicletas ou patinetes, são exemplos de iniciativas que deram certo, baseadas na ideia de coletividade e partilha de recursos. É o caminho para o futuro, dizem especialistas. E que, na prática, já vem sendo adotado por milhares de pessoas no mundo, por meio do cooperativismo.

 

A colaboração está na base da filosofia cooperativista, que promove o progresso socioeconômico dos cooperados, dos seus familiares e das suas comunidades por meio da união entre pessoas. Para Samuel Lopes Fontes, especialista em Administração de Cooperativas pela Universidade Federal de Viçosa, esse novo modelo econômico busca valores que estão presentes no cooperativismo, como a transparência, a eficiência, a inclusão e a pulverização dos resultados.

 

“Ambas as plataformas oferecem uma integração entre quem produz e quem consome, quem demanda e quem contrata”, observa. O economista e mestre em Ciências Contábeis Felipe Storch Damasceno destaca o conceito de redução e divisão de custos, também comum aos dois modelos.

“Meu filho tem um câncer raro e agressivo, e tivemos que entrar na Justiça para conseguir o tratamento. Graças ao apoio jurídico recebido na cooperativa, conseguimos colocá-lo na fila de transplante”, conta Ilzinete Barcellos, professora aposentada

Participação

No sistema cooperativista, as decisões são tomadas coletivamente, e os resultados obtidos são distribuídos de forma  igualitária, na proporção da participação de cada membro. Para o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Espírito Santo (OCB/ES), Carlos André Santos de Oliveira, a economia colaborativa é um movimento de concretização de uma nova percepção de mundo.

“Ela representa o entendimento de que, diante de problemas sociais e ambientais que se agravam cada vez mais, a divisão deve necessariamente substituir o acúmulo. Trata-se, assim, de uma força que impacta a forma como vivemos e, principalmente, fazemos negócio”, explica o superintendente da OCB/ES.


Diante de problemas sociais e ambientais que se agravam cada vez mais, a divisão deve necessariamente substituir o acúmulo. Trata-se, assim, de uma força que impacta a forma como vivemos e, principalmente, fazemos negócio” – Carlos André Santos de Oliveira Superintendente da OCB-ES

Caminhoneiro há 23 anos no interior do Estado, Valdemir Cavalcanti trabalhava como autônomo até que, em 2008, entrou para a então recém-formada Cooperativa de Caminhoneiros (Coopcam).

“Antes de ser cooperado, eu era sócio de um amigo em um caminhão. Com o tempo consegui comprar a parte dele, passei a ser o único dono e ainda comprei um ônibus para prestar serviço de transporte de passageiros”, comemora.

 

Entre as vantagens de ser um cooperado, ele destaca os valores mais justos do frete e a garantia de trabalho constante, já que a cooperativa tem acordos de prestação de serviço firmados com empresas. “Ao mesmo tempo que você passa a ser dono do seu negócio, tem a vantagem de contar com uma associação forte, que dá suporte ao trabalho”.

Depois que aderiu ao cooperativismo, o caminhoneiro Valdemir Cavalcanti conseguiu comprar um ônibus e aumentou a frota

 

Empreendedorismo

O cooperativismo é o modelo de economia do futuro que já está transformando a vida das pessoas no presente. Um exemplo são as cooperativas financeiras, instituições nas quais os cooperados não são clientes, mas, sim, usuários e, ao mesmo tempo, donos.

 

Fomentar o empreendedorismo entre seus associados é uma das missões das cooperativas de crédito. É por meio desse tipo de parceria, que negócios como o da confeiteira Kátia Martins têm sido viabilizados.

 

Natural de São Paulo, ela chegou ao Estado há dez anos, quando o marido foi transferido a trabalho, e teve que buscar uma alternativa de renda. “Comecei fazendo tortas para vender em uma barraquinha em Itapoã. Era uma coisa pequena. Algumas clientes me sugeriram procurar o Sicoob, para sair da informalidade. Em pouco tempo, conseguimos expandir o negócio, meu marido passou a me ajudar e hoje vivemos da confeitaria”, diz Kátia, que agora atende encomendas e também realiza festas e eventos com a  sua empresa, a Torta e Cia ES.

Além do suporte financeiro, a associação à cooperativa foi uma forma de buscar conhecimentos sobre o mundo dos negócios. “A cooperativa promove cursos e eventos de capacitação que ajudam a aumentar a clientela e a lidar com a parte  administrativa.”

 

Esse suporte também foi o diferencial para a professora Ilzinete Barcellos. Além da poupança extra gerada pelos recursos acumulados durante os anos de associação à Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Municípios da Região Metropolitana (Coopmetro), o cooperativismo deu o apoio que ela precisou no momento mais difícil da sua vida.

 

“Em pouco tempo, expandi meu negócio. Hoje vivemos da confeitaria” – Kátia Martins, Confeiteira ela saiu da informalidade ao se associar a uma cooperativa de crédito

 

Preocupação em crescer  sem agredir o meio ambiente

 

Quando se pensa  nesse modelo econômico do futuro,uma característica fundamental é a sustentabilidade. E ser sustentável – tendo em mente, sempre, a preocupação com temas coletivos -, faz parte da filosofia cooperativista. Um exemplo é o cuidado com o meio ambiente na produção agrícola.

 

A opção pelo uso de insumos de origem natural, como os adubos orgânicos, feitos com resíduos vivos de animais e vegetais, vem crescendo no Estado. A capacidade de melhorar a resistência da plantação a pragas, ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de armazenagem de água no solo, é uma das vantagens do uso de fertilizantes orgânicos.

 

Com sede na zona rural de Ibatiba, a Natufert é uma indústria de fertilizantes orgânicos e organominerais (que somam as vantagens da adubação orgânica às da adubação mineral) que, em pouco tempo, no mercado, se destaca como grande fornecedora para cooperativas de cafeicultura.

 

Com matéria-prima do fertilizante oriunda de galinhas poedeiras de Santa Maria de Jetibá, o trabalho da empresa fecha um ciclo virtuoso no processo produtivo no Estado, como explica o gerente de vendas Adilson Scantamburlo.

 

“As granjas precisam dar um destino para o esterco das aves, e nós pegamos esse passivo ambiental e transformamos em adubo. Por sua vez, nossos clientes, ao usar o fertilizante orgânico, produzem mais e entregam mais café para a cooperativa. É um processo sustentável tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.”

 

Valor agregado

 

Outra característica forte do cooperativismo é a união de forças para agregar etapas ao processo produtivo. Um exemplo pode ser visto na maior associação de produtores de café conilon do país, a Cooperativa Agrária de cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), que buscou recentemente uma forma de agregar valor à sua produção, e consequentemente, melhorar o retorno financeiro para os seus mais de 5.700 produtores cooperados.

 

Após mais de cinco décadas atuando como fornecedora de matéria-prima para as indústrias do ramo, a cooperativa decidiu lançar no mercado o seu próprio produto.

 

Sob a marca “Guardião”, o café será comercializado em embalagens de 250g. Desta maneira, a Cooabriel passou a trabalhar em todas as fases de produção do café, desde o plantio, passando pela industrialização e chegando até o comércio.

 

“Criamos um produto final com potencial de conquistar o mercado e mostrar o valor do café conilon, especialidade do Estado. Nosso foco é ganhar mercado, agregar valor à matéria-prima dos produtores e poder pagar mais pela saca de café de nossos cooperados”, afirma o diretor-presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello.